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Título
UTILIZAÇÃO DO AUTOEXAME BUCAL NA IDENTIFICAÇÃO DE LESÕES SUSPEITAS EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Aluno: Camila Pinheiro Furquim - IC-Voluntária - Curso de Odontologia (MT) - Orientador: Cassius Carvalho Torres-Pereira - Departamento de Estomatologia - Área de conhecimento: 40208001 - Palavras-chave: autoexame de boca; câncer bucal; anemia de fanconi - Colaborador: Allana Pivovar.

O câncer bucal costuma ocorrer em locais acessíveis à inspeção visual. O exame clínico profissional é capaz de reduzir a mortalidade e a morbidade ocasionada pela doença, porém, o autoexame da boca (AEB) é sugerido como uma técnica simples e de baixo custo que pode contribuir com a prevenção e detecção precoce de malignidades. A Anemia de Fanconi (AF) é uma doença hereditária na maioria das vezes de caráter autossômico recessivo. O paciente pode apresentar má formação congênita, no entanto a principal manifestação de relevância clínica é pancitopenia progressiva além de um risco aumentado para o desenvolvimento de malignidades hematológicas e sólidas. O objetivo deste estudo foi verificar a acurácia do AEB por meio dos valores de sensibilidade e especificidade em um grupo de adultos com AF e avaliar o nível de consciência e conhecimento desses pacientes sobre a doença. A amostra foi composta por 44 indivíduos com idade mediana de 18 anos e alta prevalência de lesões bucais. A maioria dos pacientes foram submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) previamente com média de 11 anos de pós TCTH. Foram registrados dados sociodemográficos e aplicado um questionário de conhecimento sobre o câncer de boca. Os indivíduos foram convidados a realizar o AEB sem instrução prévia sendo avaliados por um único examinador quanto a sua habilidade em afastar os tecidos bucais, nível de atenção e tempo gasto na execução do exame. Em seguida, o paciente foi submetido ao exame físico bucal profissional realizado por um especialista em lesões de boca. Os achados do AEB foram comparados com os achados do exame profissional. Vinte e oito pacientes apresentaram lesões suspeitas. A sensibilidade, a especificidade, e a acurácia do AEB foram 43%, 44%, e 43%, respectivamente. Os valores de sensibilidade e especificidade do AEB neste estudo não permitem indicar ou contraindicar seu uso como estratégia preventiva para o câncer bucal em pacientes com AF que não receberam instrução técnica prévia. Estudos longitudinais futuros devem ser empregados para verificar se a instrução é capaz de melhorar ou manter a habilidade do paciente em encontrar lesões.