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Título
VARIAÇÃO DA ESTRUTURA ANATÔMICA EM DIFERENTES TEMPERATURAS DE CARBONIZAÇÃO
Aluno: Leticia da Silva Soler - IC-Voluntária - Curso de Engenharia Industrial Madeireira (MT) - Orientador: Graciela Inez Bolzon de Muñiz - Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal - Área de conhecimento: 50204017 - Palavras-chave: anatomia; carvão; fiscalização - Coorientador: Silvana Nisgoski - Colaborador: Rayra Flávia Grando Borzi, Felipe Zatt Schardosin, Richard Eduard Molleken.
Quando a madeira é submetida à ação de calor em temperaturas relativamente elevadas (a partir de 300 °C), ela sofre um processo de transformação no qual todos os seus componentes são extensivamente modificados até se transformarem em carvão vegetal. No Brasil, em virtude da proibição de corte e utilização, a carbonização de espécies nobres torna-se um meio de burlar a fiscalização, pela maior dificuldade de identificação do material. Este trabalho tem como objetivo a caracterização anatômica do lenho carbonizado de espécies florestais produzido em diferentes regimes de carbonização para geração de dados para cadastro no sistema de identificação de madeiras e de carvão vegetal com independência de treinamento em anatomia de madeira, visando fornecer subsídios para facilitar a diferenciação das espécies e auxiliar no controle do comércio ilegal. Foram carbonizadas amostras de imbuia com aquecimento direto e temperatura final de 350°C, 450°C e 650 ° C, além de um grupo em regime de rampas e patamares, também com temperatura final de 450 ° C. Imagens em microscopia óptica e eletrônica de varredura foram obtidas e as dimensões celulares medidas de acordo com as normas da International Association of Wood Anatomists. Não foi observada diferença significativa no diâmetro tangencial dos vasos e frequência de raios em função da temperatura de carbonização. Ocorreram pequenas alterações na frequência de vasos, altura e largura dos raios em função da contração do material. O diâmetro do poro variou de 74,93µm (350°C) a 82,51µm (450°C com rampa de aquecimento). A quantidade de poros por mm² teve um mínimo de 10,00 e máximo de 12,08 poros/mm². A altura do raio foi maior para a temperatura de 450°C (229,22µm) e menor para 650°C (189,38µm). Já a largura mínima do raio foi de 17,40µm (350°C) e máxima de 26,11µm (450°C com rampa de aquecimento). A frequência de raio observada variou de 6,60 a 7,20 raio/mm. As características anatômicas da imbuia se mantêm, sendo possível a identificação da espécie independente do processo de carbonização.