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Título
UM ESTUDO DOS PERIÓDICOS EM CIÊNCIAS SOCIAIS E ECONOMIA DA ERA PROGRESSIVA NORTE-AMERICANA

Aluno: Matheus Felipe Fuck - PET - Curso de Ciências Econômicas (M) - Orientador: Marco Antonio Ribas Cavalieri - Departamento de Economia - Área de conhecimento: 60301031 - alavras-chave: ciência; controle social; planejamento.

Mark Twain denominou "Gilded Age" o período seguinte à Guerra de Secessão (1861-1865) norte-americana na qual se vislumbrou um rápido crescimento econômico com grandes problemas sociais associados. Assistiu-se então à emergência das grandes corporações monopolistas e da subordinação da democracia a elas. A pujança econômica do período conviveu com precárias condições de vida e trabalho e principalmente com a ansiedade de que o país estava sendo controlado por umas poucas corporações. Além disto, a baixeza das negociações de magnatas e a corrupção generalizada corroboravam para chocar o americano médio. Opondo-se a este cenário, um movimento reformista passa a ocorrer e, no início do século XX, passa a ter por base uma classe média de profissionais que almejava reestruturar a sociedade de acordo com os conhecimentos de suas especialidades. Da "Gilded Age" passava-se para a Era Progressiva. A ciência social, como não poderia deixar de ser, participou ativamente desse debate. No momento em que as disciplinas da economia, ciência política, história e sociologia se profissionalizavam e criavam departamentos universitários, publicações especializadas e associações, sua ênfase recaia sobre o fato de que essas novas ciências - agora profissionalizadas - poderiam dar solução aos problemas identificados pelos progressistas. Destarte, a tônica tomada pelo movimento era de um Estado forte, guiado por tecnocratas, com o intuito de conduzir a nação à eficiência e ao progresso econômico e social por meio do planejamento, tendo como sua sinédoque a expressão "controle social". Cunhada por Edward A. Ross, se referia inicialmente mais do que a uma regulação do mercado - embora este fosse o sentido na qual geralmente se empregava -, envolvendo a ingerência do Estado na formação dos indivíduos, e no limite, na composição étnica da população (eugenia). O controle social tinha no planejamento econômico uma das suas principais ferramentas. O trabalho que ora se apresenta tem por intuito verificar nos importantes periódicos científicos em ciências sociais as ideias sobre planejamento em voga naqueles tempos, nos Estados Unidos. A pesquisa questiona-se sobre como os cientistas sociais de então viam a compatibilidade do planejamento com a democracia. Pergunta-se também sobre as ferramentas desenhadas para a geração das políticas, a identificação dos problemas e a as formas de solucioná-los. Encontram-se as mais diversas soluções, o que nos leva à conclusão de que surgem tendências bastante diferentes sobre o assunto do planejamento, sem um consenso absoluto definido.