0333
Título
COLETA DE DADOS EMPÍRICOS SOBRE AS PRÁTICAS DOS GRUPOS DE ELITE DAS FORÇAS POLICIAIS E O SENTIMENTO MORAL DA COMUNIDADE SOBRE ESTAS ATIVIDADES
Aluno: Thais Candido Stutz Gomes - Pesquisa voluntária - Curso de Direito (N) - Orientador: Priscilla Placha Sá - Departamento de Direito Penal e Processual Penal - Área de conhecimento: 60102020 - Palavras-chave: polícias; grupos de elite; ideologia.
A presente pesquisa busca relacionar as ações policiais, com ênfase na atuação de grupos de elite, como o BOPE - Batalhão de operações policiais especiais, com o sentimento moral da população, com o que a população espera da polícia e da segurança pública, e como é dada esta resposta por parte destes agentes. A partir do estudo direcionado por dados de homicídios em operações policiais, da pesquisa sobre o funcionamento e a história destes grupos de elite, de dados gerados por pesquisas, mapeamentos e entrevistas a integrantes deste tipo de grupo policial e de alguns cidadãos que conhecem este tipo de atuação de perto, se busca desenvolver a influência dos jogos de poderes e interesses dominantes politica e economicamente na maneira de administrar e considerar a segurança pública. O debate quanto à desmilitarização das polícias de entrelaça com a consciência de que temos no Brail uma população militarizada, e que este status vai muito além dos símbolos imagéticos (a farda, a caveira) e da linguagem (as palavras de guerra utilizadas diariamente no trabalho policial), e das mortes ocasionadas por esse modelo. O que, afinal faz da polícia brasileira uma polícia militarizada? A estrutura hierárquica e disciplina militar na formação policial, em um ambiente opressor desde o princípio, contribuem, dentre outras coisas, para a postura intimidadora e violenta policial. O principal momento em que fica evidente a militarização e o espírito de guerra, as mortes e o espírito de combate ao inimigo é no que toca a "guerra às drogas". Como fiz Maria Lucia Karam, não existe guerra contra coisas, existe guerra contra pessoas, contra o inimigo. O inimigo não é uma substância. O que, afinal, busca a guerra às drogas? Este combate mata mais do que os confrontos entre traficantes e do que o uso da droga em si. Esta guerra mata como qualquer outra guerra, mas é isolada. Quem esta guerra combate? o que representa essa batalha? A intenção desta pesquisa é responder a estas perguntas e questionar o que causa este efeito, o que sustenta esta ideologia, passando pelos diferentes entendimentos do conceito de ideologia, afim de relacionar a este ímpeto de dominação do Estado, das influencias econômicas e interesses políticos de manutenção do status quo no que diz respeito a perpetuação desta marginalização da pobreza e constantes violações a direitos fundamentais de milhares de pessoas que vivem reféns desta guerra particular.