0269

Título
PADRÕES SEMIOLÓGICOS DA CEFALEIA APÓS O TRATAMENTO ENDOVASCULAR DO ANEURISMA INTRACRANIANO ROTO

Aluno: Emanuel Cassou dos Santos - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Medicina (MT) - Orientador: Elcio Juliato Piovesan - Departamento de Clínica Médica - Área de conhecimento: 40101070 - Palavras-chave: aneurisma cerebral; cefaleia thunderclap; padrões semiológicos - Colaborador: Igor Abrahim Nascimento.

O aneurisma cerebral é uma desordem catastrófica evoluindo na sua grande maioria para o êxito letal. O diagnóstico tardio ou errôneo nas primeiras horas colabora significativamente para esta mortalidade. O objetivo do estudo foi identificar padrões semiológicos da dor no momento da abordagem e na sua evolução (três e seis meses após o tratamento endovascular). Utilizamos como casuística 43 pacientes (36 mulheres e 7 homens), média de 52,3 anos de idade. Avaliamos a presença de cefaleia antes da apresentação do aneurisma, caracterizando o seu tipo, intensidade e frequência, comparando com sua evolução três e seis meses após o tratamento com embolização. Avaliamos também a presença de outros sintomas como náuseas, vômitos e rigidez de nuca. Os resultados mostraram que a prevalência de cefaleia no grupo masculino foi de 57% e de 69% no feminino. Presença de cefaleia antes da ruptura do aneurisma (cefaleia do tipo tensional 25,6%; migrânea 37,4%; indeterminada 2,3%; primária em punhaladas 2,3% e sem cefaleia 32,6%). No momento da ruptura do aneurisma a cefaleia apresentou-se em 95,3% dos pacientes apresentando porém com padrão Thunderclap (atinge seu pico de intensidade dentro de 60 segundos) somente em 62,8% dos casos. Presença de náuseas ocorreu em 65,1% dos casos, ausência em 25,6% e 9,3% não souberam referir. Vômitos apareceram em 67,4% dos casos; 23,3% negaram o sintoma e 9,3% não souberam referir. Rigidez de nuca apareceu em 25,6% e 65,1% negam não foram investigados em 9,3%. Quando avaliada a evolução da frequência da cefaleia antes da ruptura do aneurisma com a frequência de cefaleia três meses após a embolização ocorreu redução no número de crises, porém não significativos (p=0,062). Entretanto, a comparação com a frequência da cefaleia seis meses após a comparação antes ruptura com 6 meses após a embolização os resultados mostram uma redução significativa (p<0,0001). A avaliação da intensidade da dor de cabeça mostrou que mesmos nos pacientes que apresentaram cefaleia pós embolização a intensidade foi muito menor que a apresentada durante o período da ruptura do aneurisma (p<0,001). Conclusões: o estudo mostrou que o principal achado clínico no momento da ruptura do aneurisma é a cefaleia de forte intensidade, seguida de vômitos e náuseas; o padrão Thunderclap não ocorre em todas as situações. Demonstramos também que a embolização reduz drasticamente a frequência e a intensidade da cefaleia nos pacientes no período após ruptura do aneurisma. Cefaleia pós ruptura do aneurisma em pacientes com embolização não foi registrada nos casos descritos.