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Título
IMPACTO DA POLÍTICA PÚBLICA DE AÇÃO AFIRMATIVA NA UFPR NAS CARACTERÍSTICAS DAS NEGRAS APROVADAS EM 2004 E EM 2012

Aluno: Leticia Leobet Florentino - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Ciências Sociais (M) - Orientador: Emerson Urizzi Cervi - Departamento de Ciências Sociais - Área de conhecimento: 70904006 - Palavras-chave: cotas; vestibular; ufpr.

O presente trabalho tem como objetivo verificar quais foram os principais impactos da Política de Ação Afirmativa na Universidade Federal do Paraná, para as mulheres negras. Escolhemos esse recorte pois estudos realizados pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFPR (NEAB) em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), apontam que houve uma desproporção considerável entre o sexo dos aprovados, a política de ação afirmativa favoreceu mais as mulheres do que os homens. A partir disso, nosso intuito é investigar através informações socioeconômicas das candidatas, quem são essas mulheres que estão ingressando na universidade pelo sistema de cotas. Para isso, realizamos uma análise comparativa do ano de 2004 o último vestibular sem a política de cotas e do ano de 2012, último antes da lei 12.711/2012, que formalizou essa política em todas as universidades federais brasileiras. Analisamos principalmente as características econômicas que dizem respeito a local e situação da moradia, instrução dos pais, ocupação da mãe, renda total familiar, idade que iniciou atividade remunerada, necessidade trabalhar durante o curso e condições que cursou o ensino médio, comparando principalmente entre ensino publico e privado. Outro ponto relevante para a nossa pesquisa é a questão da autodeclaração, que acaba sendo um mecanismo excludente no processo seletivo, devido a questões sociais e históricas que refletem diretamente em uma grande dificuldade de identificação dessas mulheres como negras ou pardas, fazendo assim com que as mesmas se inscrevam para concorrer pelas cotas universais ou sociais. De acordo com as análises realizadas podemos afirmar que houve uma mudança considerável no perfil das candidatas aprovadas, pois os dados analisados do processo seletivo de 2004 mostra um perfil mais aproximado da classe média. Em 2012 podemos notar uma maior popularização, candidatas aprovadas com menores rendas, maior presença em escolas públicas e em alguns casos são a primeira geração a ingressar no ensino superior.