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Título
GRAFITE: UMA ETNOGRAFIA DO ACASO
Aluno: Jonas Pereira Rodrigues dos Santos - PIBIC/CNPq - Curso de Ciências Sociais (M) - Orientador: Angelo José da Silva - Departamento de Ciências Sociais - Área de conhecimento: 70204004 - Palavras-chave: grafite; etnografia; acaso.
A estrutura simbólica do graffiti, como linguagem, permeou o desenvolvimento civilizatório desde seus primórdios, vide pinturas rupestres, feitas por ancestrais longínquos.Seu desenvolvimento e essência estiveram presentes nos aglomerados humanos como forma de comunicação rápida e de grande alcance. Nesse sentido podemos enquadrar diversas formas de intervenção no espaço público que acompanharam e acompanham as formas de organização dos homens em grupos. A propaganda pintada,ou colada, por exemplo, no espaço das cidades é fenômeno antigo na configuração das cidades e um exemplo próximo desse mecanismo de comunicação imagético.O graffiti como expressão moderna ganha força na segunda metade do século XX, onde acontecimentos relacionados às lutas sociais, como a contracultura, utilizaram essa forma de linguagem para promover uma comunicação efetiva e desvinculada dos meios de difusão formal da informação. O graffiti, como conhecemos hoje, é fenômeno recente na configuração das urbes e do homem moderno, remonta ao final da década de 60 e ganha força como "linguagem dos oprimidos" no final da década de 70, nos guetos negros estadunidenses. Onde essa comunicação se expandiu como forma de demarcação territorial entre grupos, que utilizavam o tag, ou assinatura, desenvolvidas com aerossóis de tinta em movimentos circulares, depois se desenvolvendo em outros países e outras técnicas.O Brasil começa a experienciar o graffiti na década de 80, com a chegada do movimento Hip Hop, constituído por elementos como o próprio graffiti, rap (música), break (dança).A partir da chegada dessa cultura, rotulada como marginal, temos a explosão do graffiti, principalmente nas grandes cidades, tendo como grande centro a cidade de São Paulo - SP. Estabelecendo uma escola de graffiti que se expandiu para outras capitais e se transfigurou em expressões das mais variadas técnicas e temas. Tornando o Brasil um dos locais mais interessantes para a prática e o aprofundamento do fazer graffiti. No sentido de compreender essa cultura e seus nuances, temos como objetivos explicitar como a forma de intervenção graffiti se diferencia das outras intervenções urbanas de rua, possibilitando, num primeiro momento, a separação clara do nosos objeto e nos dando a base para iniciar o debate teórico sobre o assunto aqui objetivado. Num segundo movimento do projeto, buacaremos produzir o registro fotográfico dos graffitis em Curitiba, estabelecendo o local (bairro, rua, posicionamento global (GPS)) criando um banco de dados próprio.