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Título
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO COMPARTIMENTO ARBÓREO DE UMA ZONA DE TENSÃO ECOLÓGICA NO MORRO DOIS IRMÃOS, CAMPO LARGO, PR

Aluno Caleb de Lima Ribeiro - Pesquisa voluntária - Curso de Engenharia Florestal (MT) - Orientador: Christopher Thomas Blum - Departamento de Ciências Florestais - Área de conhecimento: 50205005 - Palavras-chave: levantamento floristico; tensão ecológica; campo largo.

O levantamento florístico da sinúsia arbórea do terço superior do morro Dois Irmãos, avaliado entre a faixa de 950 m a 1120 m de altitude, foi realizado no Distrito de Bateias, Campo Largo - Paraná. A área de estudo se encontra em uma zona de transição entre as Florestas Ombrófilas Mista e Densa, sendo que a primeira se distribui sobre o Primeiro Planalto e a segunda avança a partir do vale do rio Ribeira. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do contato entre diferentes fisionomias florestais na composição das espécies. O levantamento florístico foi realizado durante 10 expedições de coleta de material botânico realizadas entre maio de 2013 e maio de 2014. Todo o terço superior da elevação foi percorrido sendo coletadas amostras de cada espécie arbórea visualizada. Com base na estrutura e composição florística a vegetação local foi dividida em duas formações: altomontana e montana. Em laboratório foi realizada a identificação do material coletado por meio de consulta à bibliografia e por comparações com o acervo do Herbário EFC, onde foram tombadas todas as amostras coletadas em estado reprodutivo. Foram encontradas 54 espécies diferentes, distribuídas em 26 famílias botânicas. As famílias com maior riqueza de espécies foram Myrtaceae (12), Lauraceae (7) e Asteraceae (4), representando 42,6% da riqueza total. A formação altomontana foi encontrada em porções de relevo forte ondulado e escarpado, com porte mais baixo e predominância das espécies Agarista niederleinii, Symplocos glandulosomarginata, Laplacea fruticosa, Miconia hyemalis e Maytenus gonoclada. A formação montana foi encontrada apenas em vales encaixados, caracterizando-se pelo maior porte e riqueza de espécies, dentre as quais: Cabralea canjerana, Esenbeckia grandiflora, Alchornea triplinervia e Guatteria australis. Destaca-se a presença de A. niederleinii, S. glandulosomarginata, Siphoneugena reitzii e Eugenia neomyrtifolia, todas características das formações serranas da Floresta Ombrófila Densa. Como indicadoras da Floresta Ombrófila Mista destacaram-se Araucaria angustifolia e Cinnamodendron dinisii, ambas representadas por poucos indivíduos. Por fim, vale ressaltar a ocorrência de Ilex paraguariensis, Ocotea odorifera e Ocotea porosa, espécies encontradas tanto na Floresta Ombrófila Mista, como também nas porções serranas da Floresta Ombrófila Densa. A combinação de espécies encontrada confirma a existência de uma transição entre as Florestas Ombrófilas Mista e Densa, denotando certa predominância de espécies indicadoras da Floresta Ombrófila Densa.