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Título
VARIAÇÃO LONGITUDINAL NA ESTRUTURA TRÓFICA DA ASSEMBLEIA DE PEIXES DE UM CÓRREGO ANTROPIZADO DA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ
Aluno: Natali Oliva Roman Miiller - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Ciências Biológicas - Gestão Ambiental - Palotina (MT) - Orientador: Almir Manoel Cunico - Departamento de Ciências Biológicas - Área de conhecimento: 20502001 - Palavras-chave: guildas; hábito alimentar; dieta - Coorientador: Andreia Isaac.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a variação longitudinal na estrutura trófica da assembleia de peixes de um córrego antropizado. As coletas foram trimestrais, entre setembro de 2012 e julho de 2013, no córrego Santa Fé, bacia hidrográfica do rio Piquiri, utilizando equipamento de pesca-elétrica em três pontos ao longo de um gradiente longitudinal. Os trechos de cabeceira e foz sofrem impacto de atividades rurais e o trecho médio, do perímetro urbano do município de Palotina-PR. Os estômagos dos peixes foram analisados, os itens alimentares identificados e quantificados de acordo com o método volumétrico e as espécies incluídas em guildas tróficas. Estas guildas foram comparadas à guildas tróficas registradas na literatura científica e que representam o hábito alimentar das espécies. De acordo com a literatura, na cabeceira foram identificadas 4 guildas: omnívora (OM)= 47%; detritívora (DE)= 42%; insetívora (IN)=10% e piscívora (PI)= 1%. Com base nos dados de dieta, estas mesmas espécies foram incluídas em 6 guildas: DE=42%; OM=36%; insetívora aquática (IA)=11%; herbívora (HE)=5%; IN=4%; e PI=1%. A diferença no número de guildas tróficas e na proporção de omnívoros observada entre as metodologias, mostra que na cabeceira algumas espécies omnívoras apresentaram preferência por um determinado item alimentar. No trecho médio, a literatura indicou a presença de 3 guildas tróficas: DE=51%; OM=45% e invertívoro (IV)= 4%. De acordo com a dieta, as mesmas espécies foram incluídas em três guildas: DE=52%; IA=33% e IN=15%. Este resultado mostra que as espécies omnívoras presentes neste trecho basearam sua dieta em insetos terrestres e aquáticos, sugerindo alta disponibilidade destes recursos no local. Na foz, foram identificadas 5 guildas tróficas segundo a literatura: OM=67%; DE=17%; PI=11%; IV=4%; IN=2%. Com os dados da dieta, as espécies foram incluídas em 6 guildas: OM=37%; DE=17%; IA=17%; IV=11%; PI=11% e insetívoro terrestre (IT)=7%. Assim como no trecho médio, algumas espécies omnívoras alimentaram-se preferencialmente de insetos ou de outros invertebrados aquáticos. Este resultado pode ser observado pela diminuição da omnivoria e pelo aumento de guildas tróficas. De modo geral, detrito orgânico e insetos foram importantes recursos alimentares no córrego Santa Fé. A redução do número de guildas no trecho médio e a ausência das guildas piscívora e herbívora (especialistas tróficos), sugere que neste local há uma menor diversidade de recursos alimentares em decorrência do impacto ambiental causado pelo perímetro urbano.