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Título
O INDIVÍDUO QUILOMBOLA; UMA DISCUSSÃO SOBRE ESTIGMA, IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE

Aluno: Nohane de Sousa Miller - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Psicologia (MT) - Orientador: Liliana de Mendonça Porto - Departamento de Antropologia - Área de conhecimento: 70300003 - Palavras-chave: quilombolas; identidade; estigma.

Os bolsistas do projeto Araucária compõem um grupo de estudos dentro do NEAB/UFPR (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros), recentemente formado, reunindo professores e estudantes de graduação e pós-graduação para trabalhar criticamente com assuntos pertinentes à temática quilombola. A questão que este trabalho buscará investigar são frutos das discussões que estão se realizando desde abril do presente ano.O artigo 68° do ADCT reconhece: "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos", reconhece o direito na posse de terra aos quilombolas e traz consigo o termo “remanescentes”, onde os negros não só passam a possuir um outro status, como se tornam material de lei, sujeito coletivo e com direitos específicos.O indivíduo negro no contexto quilombola parece se encontrar travado em um processo de apropriação de uma identidade que lhe é imposta a priori, e que não parece permitir uma escolha perante uma atualização de identidade pessoal, pois lhe é esperado diluir-se na identidade coletiva. Ainda que exista um trabalho com politicas de direitos específicos e que auxiliam em uma ressignificação positiva de uma identidade estigmatizada, sua vivência fica presa entre invisibilidade e a visibilidade, por meio do enquadramento nas políticas de reconhecimento, em prol de uma oportunidade de recorrer direitos de território, cultura, educação e afins. Esta construção de uma nova identidade coletiva, ainda que seja um movimento positivo de atualização de uma cultura, parece se tornar fixa a este individuo, e não lhe permite o exercício pleno de sua escolha frente a projetos pessoais e identidade pessoal, direito de escolha frente seu futuro, projetos e etc. Elementos como território, cultura e identidade, são constituintes da subjetividade do indivíduo em questão, pois é na forma como se lida com o mundo e a troca de experiências com ele, em um movimento de formar e formar-se que há uma construção de seu psiquismo.Para isso, o presente trabalho contará com uma revisão bibliográfica e entrevistas, contando com a contribuição dos saberes da Antropologia e Psicologia Cultural, no intuito de uma produção cientifica mais próxima do discurso do indivíduo em questão, muito mais do que da academia ou políticas de estado.