Autor(es) do Trabalho: Daniele Felipe Ribas; Leonardo Gusso.
Nome do Orientador: Maislian de Oliveira
Atividade formativa:PID (Monitoria)
 Setor de Ciências da Saúde
Curso: Farmácia (MT)
Área Temática:Saúde

As plantas da família Apocynaceae possuem um grande potencial farmacológico, no que diz respeito ao isolamento de substâncias ativas como protótipos para o desenvolvimento de novos fármacos. Como a vincristina e a vimblastina, alcalóides isolados do caule de Catharanthus roseus, utilizados como medicamentos antitumorais. Outro fator a ser considerado é a toxicidade das plantas dessa família, seus metabólitos podem causar graves danos, como na espécie Nerium oleander L., (espirradeira) que afeta a musculatura lisa e o sistema nervoso central, causando arritmias cardíacas que podem levar a morte. Considerada a relevância da família Apocynaceae e a ausência de estudos com espécies do gênero Temnadenia, faz-se necessário um aprofundamento no conhecimento sobre o principal grupo de metabólitos secundários aos quais pertencem os princípios ativos destas plantas. O objetivo do trabalho foi realizar estudos fitoquímicos e toxicológicos dos extratos obtidos de Temnadenia stellaris (Lindl.) Miers. pertencente à família Apocynaceae. Para a análise fitoquímica foi realizada pesquisa de alcaloides, leucoantocianidinas, heterosideos flavonicos, flavonóis, dihidroflavonois, cumarinas, heterosídeos antraquinônicos, esteroides, triterpenos, heterosídeos antociânicos, heterosídeos saponínicos, heterosídeos cianogenéticos, taninos, ácidos voláteis, fixos e aminogrupos. Desse modo, comprova-se a existência de alcaloides, considerados marcadores para a família em estudo. Os resultados levam ao direcionamento da pesquisa desses tipos de metabólitos secundários. Foi realizado o particionamento dos extratos brutos do caule e folhas para posteriores purificação, isolamento e identificação. A análise de toxicidade foi realizada com microcrustáceo Artemia salina, o ensaio demonstrou que o extrato do caule de Temnadenia stellaris e suas frações é mais tóxico que o das folhas, uma vez que a fração clorofórmio do caule da planta foi mais ativa. Esses dados corroboram com a literatura que sugere toxicidade do caule de plantas da família Apocynaceae, em especial o caule da Asclepias curassavica, que embora tenha usos medicinais descritos, o látex pode cegar e causar paralisia, devido à presença de um glicosídeo tóxico (asclepiadina) que tem ação sobre a musculatura lisa e sistema nervoso central. Os resultados encontrados demonstram que a toxicidade do caule de Temnadenia stellaris deve ser investigada, dentre outras possíveis atividades dos metabólitos encontrados na planta.

Palavras-chave: Extrato; Temnadenia stellaris; Toxicidade.

ESTUDO FITOQUÍMICO E TOXICOLÓGICO DOS EXTRATOS OBTIDOS DE TEMNADENIA STELLARIS (LINDL.) MIERS, APOCYNACEAE