Autor(es) do Trabalho: Juliana Pedrollo Viani; Letícia Pilger da Silva
Nome do Orientador: Janice Inês Nodari
Atividade formativa: PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Curso: Letras - Inglês ou Português com Inglês (M)
Área Temática: Educação

Este trabalho visa problematizar o papel da escola na formação do “eu”, uma vez que a escola, por ser uma das primeiras instituições de poder com que o indivíduo tem contato, causa grandes impactos na constituição da identidade do aluno. Esta abordagem fará uso dos pressupostos oferecidos pelos foucaultianos Deacon e Parker (1993) de que os seres humanos têm sua subjetividade construída pelo fato de serem governados externamente por outros e internamente por sua própria consciência. Esse processo de construção de identidade se dá na inserção social, contexto em que o indivíduo não costuma temer exploração de situações desafiadoras. Estando o aluno acostumado a atividades diagnósticas que prezam pelo “acerto” de conceitos, um exercício de reflexão a respeito dos meios e da qualidade da absorção dos conceitos pelo próprio aluno revela sua voz. E diferenciar voz estudantil de engajamento estudantil é importante porque a voz precede o engajamento. Primeiramente, o aluno precisa sentir-se confortável em expressar suas opiniões sobre o sistema em que está inserido e, a partir desse sentimento, engajar-se, ou seja, estabelecer uma conexão consistente - seja social, psicológica, emocional ou física (FLETCHER, 2012). A partir do uso de pressupostos do Letramento Crítico (JORDÃO, 2007; DUBOC & FERRAZ, 2011) no planejamento das aulas de Inglês para uma turma de 7º ano de escola pública, os bolsistas do PIBID-Inglês da UFPR visaram propor situações em sala de aula que fossem apropriadas ao debate. Assim, após a identificação do sentimento de conforto nos alunos, realizou-se uma atividade de auto avaliação em que o aluno foi convidado a refletir sobre diversas questões referentes ao próprio aprendizado – sem certo ou errado, apenas utilizando suas verdades individuais. Após comparar os resultados da atividade de auto avaliação realizada no ensino fundamental com os resultados da mesma atividade aplicada posteriormente no ensino médio, ficou evidente que a criança tem menos medo de se expressar e de cometer erros do que o adolescente, confirmando pressupostos já identificados e amplamente discutidos por BROWN (2007), mostrando que as crianças não se importam com o julgamento alheio sobre sua individualidade. Retomando conceitos da formação do indivíduo embasados em estudos foucaultianos, chegamos à conclusão de que a voz estudantil deve ser estimulada e ouvida desde as séries iniciais, para que, com o tempo, o aluno assuma um engajamento em diversas áreas do conhecimento, e a auto avaliação pode ser um instrumento poderoso nesse processo.

Palavras-chave: Sujeito; Voz; Engajamento.

A VOZ E O ENGAJAMENTO DO SUJEITO NA ESCOLA – A PERSPECTIVA DO BOLSISTA PIBID SOBRE O PAPEL DOS ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL