Autor(es) do Trabalho: Ana Celise Ribeiro da Silva; Anna Carolina Legroski; Dalva Mabel da Silva Rosa, Saran Duim Dias
Nome do Orientador: Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia
Atividade formativa: PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Curso: Letras - Português (N) 
Área Temática: Educação

O projeto “Leituras na e além da escola: cinema e literatura”, vinculado ao PIBID-Português, procura levar o acesso à leitura às salas de aula ligadas ao projeto através de intervenções mediadas com literatura e peças cinematográficas, uma vez que, segundo Vincent Jouve, o texto (ou filme) só encontra sua completude quando em contato com um leitor (espectador). Nesse contexto, o presente trabalho reflete sobre uma prática com uma turma de 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Santa Gemma, localizado em Curitiba, em que a equipe de pibidianas realiza intervenções semanais durante as aulas de Língua Portuguesa, sob a forma de rodas de leitura de literatura e exibições de filmes. O projeto surge como resposta à problemática de que o contato que os alunos têm com a leitura e com o cinema geralmente é permeado por barreiras, materiais, como a falta de acesso ao livro ou ao filme, e imateriais, como a falta de direcionamento ou mesmo a falta de mediação. Desta forma, as intervenções da equipe agiram no sentido de proporcionar aos alunos um panorama da literatura universal – coeso sob a forma da temática do desejo – em seu diálogo com o cinema, de forma que eles pudessem ter um contato, mesmo que mínimo, com formas artísticas que pudessem dialogar com os seus interesses e gostos. Esta foi, portanto, a motivação de nossa mediação: aproximar os alunos de peças artísticas com as quais eles se conectassem e se identificassem, baseadas na teoria de acessibilidade da leitura promovida por Daniel Pennac e tendo em vista a questão da dessacralização da literatura como forma de acesso às Letras, proposta por Pierre Bayard. As intervenções ocorreram na forma de rodas de leitura, nas quais as mediadoras faziam a leitura em voz alta do texto para os alunos, que a acompanhavam com suas cópias, e então propunham um debate a respeito do enredo e de características do texto. Quando o objeto era um filme, o debate ocorria após sua exibição integral. Embora não seja passível de quantificação o alcance de nossas ações de incentivo, ao desenrolar do projeto, pudemos notar um crescente interesse pelos textos levados, comprovado pela maior interação dos alunos conosco, o que nos leva a considerar que o objetivo do projeto foi alcançado. Com base nisto, refletimos que o incentivo à leitura é um processo longo que envolve uma prática persistente e contínua, pois um leitor em formação é um ser volúvel e, por isso, precisa de assiduidade e variedade de estímulos em um ambiente propício para sua evolução.

Palavras-chave: Incentivo à leitura; Literatura; Cinema.

ALÉM DA ESCOLA: MEDIAÇÃO DE LEITURA NA SALA DE AULA