Autor(es) do Trabalho:Bruna Mayra Zonta; Lucas André Nobre Luz; Fernanda de Freitas; Emanuèlle Sanches Bueno Veronesi; Deise Prehs Montrucchio; Milene Zanoni da Silva Vosgerau
Nome do Orientador: Milene Zanoni da Silva Vosgerau
Atividade formativa: PET - Programa de Educação Tutorial
Setor de Ciências da Saúde
Curso:Farmácia (MT)
Área Temática: Saúde
O objetivo consistiu em analisar a aquisição de medicamentos psicoativos potencialmente teratogênicos por mulheres em idade fértil. O estudo de delineamento transversal com sistematização descritiva de dados secundários foi obtido por meio de fichas de acompanhamento farmacoterapêutico para controle de aquisição de medicamentos psicoativos distribuídos em farmácia pública da Rede de Atenção à Saúde de Colombo-PR. A coleta de dados ocorreu entre os anos de 2012 e 2013. Foram considerados medicamentos teratogênicos aqueles pertencentes às categorias D e X do FDA (FoodandDrugAdministration), sendo eles: ácido valpróico, carbamazepina, fenobarbital, fenitoína, imipramina, nortriptilina, carbonato de lítio, dizepam e clonazepam. Utilizou-se epidemiologia descritiva e teste de qui-quadrado para análise estatística. Este projeto foi aprovado no comitê de ética da UFPR segundo parecer 499.662/2013. Foram analisadas 2102 fichas de acompanhamento farmacoterapêutico adquiridas por mulheres. Destas, 1466 (69,7%) eram de mulheres em idade fértil (15-59 anos). A média de idade foi de 45 anos (±10,0 DP). A aquisição de medicamentos psicoativos potencialmente teratogênicos entre as mulheres em idade fértil foi maior (75,6%) comparada às mulheres que não estavam nesta faixa etária (61,8%) (p<0,05).Dentre as mulheres em idade fértil que consomem psicoativos potencialmente teratogênicos, 22,7% (333) utilizam mais que dois destes medicamentos. Em contrapartida, 10,3% (64) em não idade fértil consomem dois ou mais psicoativos teratogênicos. Entre os medicamentos potencialmente teratogênicos, os mais dispensados entre as mulheres em idade fértil foram: carbamazepina (24,5%), diazepam (13,7%), ácido valpróico (13,5%), - e carbonato de lítio (11,3%). O consumo aumentado de medicamentos psicoativos tem se tornado um problema de saúde pública no Brasil, bem como acarretado gastos considerados desnecessários. De acordo com o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, realizado em 2005, pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), há um predomínio nítido do uso de psicotrópicos do sexo feminino, quando comparado ao masculino, em todas as faixas etárias. Isso está de acordo com os resultados obtidos desta pesquisa, podendo sugerir que mulheres buscam o serviço de saúde com maior frequência que os homens. Isso representa um risco grave que pode estar sendo negligenciado, pois muitos dos medicamentos psicotrópicos são considerados teratogênicos pelo FDA (FoodandDrugAdministration).
