Autor(es) do Trabalho: Nicole Martinazzo
Nome do Orientador: Vinicius Berlendis de Figueiredo
Atividade formativa: PET - Programa de Educação Tutorial
Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Curso:Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena) (M)
Área Temática: Direitos Humanos e Justiça

Seguindo a chave dada pela Segunda Proposição do opúsculo de 1784, Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita, buscaremos analisar em que medida é possível entender a Filosofia da História kantiana como uma laicização da passagem da Analítica à Dialética da Crítica da Razão Prática. Para tal, é necessário um retorno à Primeira Crítica: Com base então no conceito de ideia que Kant formula já na Crítica da Razão Pura (cf. KrV B 376/377), a saber, algo que ultrapassa por definição toda experiência possível, nosso intuito é mostrar que tanto no caso da Crítica da Razão Prática quanto no dos opúsculos de História são necessárias ideias que garantem sustentação aos postulados práticos. Seria um erro pensar que sem elas a lei moral deixa de pesar sobre o agente, obrigando-o, visamos apenas ressaltar que Kant pensou também uma maneira de dotar a ação moral de um horizonte de realização, ou, no limite, de uma finalidade. Se nossa hipótese se sustenta, ao final desse percurso teremos a demarcação de duas maneiras de trabalhar com a finalidade que coexistem no interior da filosofia kantiana. A questão que se coloca passa a ser como convivem, por um lado, a atividade determinante proposta pela Crítica da Razão Prática, pautada pela reabsorção, ainda que sob outro estatuto, da metafísica especial, e, por outro, essa mesma proposta (mas agora reflexionante) vista a partir da filosofia da história e, para além disso, porque é necessário que haja esses dois níveis de discurso. A consequência de nosso percurso aponta para uma articulação tríplice: se é possível pensar que a Filosofia da História opera como garantidor de sentido da ação moral do agente, à medida que dá a ela uma finalidade, então estaremos habilitados a pensar certo nexo interno entre moral, história e política. Isso porque, mantidas as tensões entre esses planos, é possível pensar que a Filosofia da História propõe a passagem da moral à política porque ao mesmo tempo em que dá a ela um horizonte de sentido, passa também a dotá-la de significação política.

Palavras-chave:História; política; moral.

 

REFLEXÃO, DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA AOS OPÚSCULOS DE HISTÓRIA