Autor(es) do Trabalho:LUIZ ALBERTO THOMÉ SPELTZ FILHO
Nome do Orientador: PAULO VIEIRA NETO
Atividade formativa: PET - Programa de Educação Tutorial
Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena) (M)
Área Temática: Educação

Por vezes, quando nos estranhamos com a “realidade” - e, assim, tentamos nos posicionar juntos a ela -, vemo-nos estudando, lendo e conversando sobre os antigos (os arcaicos): os pensadores que se tornaram base para todo o nosso conhecimento, tal como os filósofos da antiga Grécia ou os políticos e juristas romanos. Em salas de aula, em palestras, na política, nas ciências, religiões e etc., sempre nos deparamos com uma citação, uma tradução e muito - mas muito – comentário acerca do que fora dito por esses pensadores. Dentro desses âmbitos, encontramos interpretações diversas, que se permitem dizer, de modo “vigoroso e confiante”, que elas estão corretas (estão de acordo com o que o antigo se permitiu falar); essas (interpretações), a depender da forma como foram desenvolvidas, têm peso: pois, por algum motivo, os antigos têm peso: gravidade. Quem nunca se deparou com um comentário cuja base fora preenchida com a argumentação de um pensador da antiguidade, como Platão, Aristóteles e etc.? Em decisões judiciais, nas justificativas de um princípio constitucional, em discursos religiosos, e também em todas as investigações científicas que pretendem tornar sólido o conhecimento acerca da “realidade”, o dito de algum antigo acaba sendo o encalço para a formação e manutenção de suas diversas estruturas (responsáveis pela ordem social, religiosa e etc.) – nem que seja para dar chão à “necessidade” de continuarmos investigando o mundo, frente à incapacidade de explicá-lo. Ademais, por vezes, um mesmo dito (de algum pensador) pode ser interpretado de formas diversas, levantando a possibilidade de teses contrapostas que possuem como base fundamentadora a mesma referência; e, ainda que essa ambigüidade esteja manifesta, as interpretações continuam, tendo como ponto comum aquilo que as torna contraditórias. Diante disso, o presente trabalho pretende, em um primeiro momento, por em voga o motivo que nos conduz até os pensadores antigos (ou seja, a gravidade – o peso - que nos move até eles), e, posteriormente, identificar qual o elemento que permite que tenhamos interpretações muito variadas de um mesmo dito ou autor. Assim, provisoriamente, tentaremos expor, através dos pontos argüidos anteriormente, o que “constitui” o peso (a gravidade) dos antigos. Para tanto, como “método” investigativo, utilizaremos o fenomenológico, cujo arcabouço instrumental para a realização da tarefa se abre, principalmente, nos trabalhos de Nietzsche e de Heidegger.

Palavras-chave: FILOSOFIA ; "REALIDADE" ; ANTIGOS.

O PESO DOS ANTIGOS