Autor(es) do Trabalho: Daiana Leila Drehmer, Djanira Aparecida da Luz Veronez, Valéria Regina Proque
Nome do Orientador: Djanira Aparecida da Luz Veronez
Atividade formativa: Outros Projetos
Setor de Ciências Biológicas
Curso: Biomedicina (MT)
Área Temática: Saúde
A esquizofrenia é uma patologia do sistema nervoso central que se caracteriza por uma série de sintomas como delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento amplamente desorganizado ou catatônico e sintomas negativos como embotamento afetivo, alogia ou avolição. A prevalência da esquizofrenia é alta, sendo que acomete em torno de 7 indivíduos em cada 1000 pessoas, sendo uma doença prevalente em jovens, impondo importantes mudanças na vida tanto daqueles com o transtorno quanto na de seus familiares. A compreensão das estruturas anatômicas envolvidas e a fisiopatologia da esquizofrenia ainda é bastante obscura, visto que sua apresentação é extremamente heterogênea. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é investigar o comprometimento da substância negra na esquizofrenia. Para isto, foi desenvolvido um vasto levantamento bibliográfico a partir de consultas na literatura biomédica, como livros de neuroanatomia, neurofisiologia e psiquiatria e em artigos científicos publicados nas principais fontes de dados como periódicos CAPES, Scielo, Pubmed, ScienceDirect e PlosOne. Foram observados que genes de risco, fatores ambientais específicos e a influência das interações genético-ambientais são algumas das possíveis causas desse complexo transtorno. A hipótese dopaminérgica tem sido apontada como uma das mais importantes no desenvolvimento da doença. A maioria dos fármacos antipsicóticos atua na transmissão dopaminérgica, além disso, fármacos antiparkinsonianos, que também atuam nessa transmissão neuronal como agonistas, provocam em alguns pacientes com doença de Parkinson sintomas semelhantes aos da esquizofrenia. Antipsicóticos também causam uma série de distúrbios motores. Essas informações levam a acreditar que a substância negra, um núcleo da base produtor de dopamina e essencial no controle dos movimentos, possa estar relacionada com a fisiopatologia da esquizofrenia. Há uma série de estudos que relacionam a transmissão dopaminérgica e a esquizofrenia, porém trabalhos que analisam a substância negra e as suas alterações morfofuncionais durante a doença são escassos. Mesmo assim, este estudo permitiu concluir que a substância negra, sendo a estrutura responsável pela produção de dopamina e apresentando projeções de neurônios dopaminérgicos para o corpo estriado, encontra-se envolvida na esquizofrenia, tal como a dopamina tem sido fortemente implicada na hipótese dopaminérgica da esquizofrenia e, portanto, alterações na substância negra podem desencadear os sintomas psicóticos prevalentes.