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Aluno - Nicoli Lourenço Antunes dos Santos - PIBITI/CNPq - Curso de Química (MT) - Orientador : Nadia Krieger - Departamento de Química.
Título
PRODUÇÃO ENZIMÁTICA DE BIODIESEL POR HIDROESTERIFICAÇÃO EM BIORREATOR EM COLUNA (LEITO EMPACOTADO)
Área de conhecimento: 10601007 - Palavras-chave: biodiesel; hidroesterificação; produção - Colaborador: Vanderleia Botton de Camillis.
Para diminuir a dependência de combustíveis fósseis no Brasil, desde o século passado, estudam-se novas tecnologias para viabilizar a produção e a utilização de biocombustíveis. O interesse em produzir biodiesel é resultado da crescente preocupação com o meio ambiente, o que incentiva a busca por fontes de energias renováveis e menos poluentes. O biodiesel pode ser produzido, industrialmente, a partir da transesterificação alcalina, que tem como substratos triacilgliceróis (óleos ou gorduras de origem animal ou vegetal) e álcoois, gerando ésteres e glicerol; ou via esterificação, também mediada por um catalisador. A produção de lipases por fermentação em estado sólido é uma alternativa para a redução do custo de produção do biodiesel, pois possibilita o uso de resíduos agroindustriais, que atuam como suporte para o micro-organismo. Dessa forma, etapas como extração, purificação e imobilização das lipases são desnecessárias, sendo possível a aplicação direta do sólido contendo as enzimas (sólido fermentado) em reações de síntese. As lipases, por sua vez, possuem alta capacidade catalítica e são capazes de atuar em condições brandas de pH e temperatura, além de possuírem atividade frente a solventes orgânicos. Assim, este trabalho tem como objetivo desenvolver e aprimorar uma metodologia mais barata e sustentável para a produção de biodiesel. Para isto, utilizou-se o sólido fermentado de Rhizopus microsporus, como catalisador da esterificação em sistema livre de solvente de um ácido graxo puro (ácido oleico) e de uma mistura de ácidos graxos da borra do óleo de soja (AGBOS), obtida por hidrólise em água subcrítica. Obteve-se o sólido fermentado utilizando bagaço de cana-de-açúcar como substrato. A reação de esterificação do ácido oleico e da mistura AGBOS foi realizada, previamente, em frascos agitados, numa razão molar ácido/etanol de 1:10. Obteve-se 98 e 86% de conversões em ésteres para a esterificação do ácido oleico e da mistura AGBOS, respectivamente. Os valores de produtividade para as reações foram de 118 mg g-1SS h-1, para o ácido oleico e 102 mg g-1SS h-1 para AGBOS. Os resultados obtidos neste trabalho mostram que, apesar dos maiores valores de conversão e produtividade para a esterificação do ácido graxo puro, a utilização de um material residual na produção de ésteres do biodiesel, como AGBOS, é promissora. A otimização do processo de esterificação em leito fixo, empacotado com o sólido fermentado de R. microsporus, é necessária, a fim de se obter maiores valores de conversão e produtividade com o material residual.