AVALIAÇAO DA TOXICIDADE AGUDA E DA HISTOPATOLOGIA BRANQUIAL DO PEIXE ASTYANAX ALTIPARANAE (CHARACIFORMES: CHARACIDAE) EXPOSTO AO ÓLEO DIESEL

Aluno de Iniciação Científica: Thiago Brobio Massanti (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Antonio Ostrensky
Co-Orientador: Giorgi Dal Pont
Colaborador: Gisele G. Castilho-Westphal; Thayzi de O. Zeni; Ricardo D. Machado
Departamento: Zootecnia
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: avaliação de impacto , CL50 , meio ambiente
Área de Conhecimento: 90191000 - MEIO AMBIENTE E AGRÁRIAS

O estado do Paraná possui um preocupante histórico de acidentes ambientais envolvendo derramamento de óleo combustível. Em fevereiro 2001, por exemplo, 57 mil litros de diesel vazaram do oleoduto OLAPA, localizado na Serra do Mar, atingindo vários rios da região. Para piorar, pouco se conhece sobre a influência desses compostos sobre a ictiofauna nativa. O objetivo deste trabalho foi avaliar toxicidade aguda e a histopatologia branquial da espécie Astyanax altiparanae exposta ao óleo diesel. Para a determinação da CL50 dez peixes foram expostos a sete concentrações de diesel (0,1; 1; 2; 4; 8; 10 e 15%) por 96 h, em aquários de vidro com aeração constante e temperatura controlada. O registro de peixes mortos e a mensuração dos parâmetros de qualidade de água foram realizados 0, 24, 48, 72 e 96h após o início do experimento. Ao final do ensaio, os animais foram submetidos à eutanásia, fixados em solução de Davison e dissecados para coleta do tecido branquial. As lâminas foram  analisadas em microscópio ótico e o número de alterações encontradas nas lamelas branquiais foi utilizado para calcular o Índice de Impacto Branquial (IIBr) de cada patogenia (IIBr= Nº de lamelas alteradas / Nº de lamelas analisadas). Foram detectadas altas concentrações de HPAs e BTEX nos aquários-teste. Durante a exposição os efeitos tóxicos do diesel aumentaram e a CL50 diminuiu, alcançando o valor de 1,35% (0,78-2,35%) em 48h, com tendência de estabilização entre 48 e 96h. Várias lesões branquiais foram detectadas, havendo maior incidência de fusão lamelar, descolamento de epitélio, congestão lamelar e hiperplasia celular. IIBr de áreas necróticas apresentaram relação direta com o aumento da concentração de diesel, porém, quando em maiores concentrações (10 e 15%) o IIBr tendeu a reduzir abruptamente (p< 0,05). Essa queda abrupta pode estar relacionada à velocidade com que as maiores concentrações de diesel causaram a morte dos animais - 48 horas após o início do experimento. IIBr relativo à hipertrofia celular e à descamação epitelial também apresentaram relação direta com as maiores concentrações do óleo (p< 0,05). No caso do IIBr de congestão lamelar a relação foi inversa, com maiores índices de impacto no tratamento controle (p< 0,05). O IIBr total, gerado a partir da soma de todas as alterações, não apresentou relação com o aumento nas concentrações de diesel (p>0,05). Os resultados obtidos demostram que o óleo diesel, mesmo em baixas concentrações, afeta a sobrevivência e induz o aparecimento de lesões específicas no tecido branquial de exemplares da espécie A. altiparanae.

 

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