HISTOPATOLOGIA BRANQUIAL DE ASTYANAX ALTIPARANAE (CHARACIFORMES: CHARACIDAE) APÓS EXPOSIÇÃO SUBCRÔNICA AO ÓLEO DIESEL
Aluno de Iniciação Científica: Ricardo Dinarti Machado (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Zootecnia
Orientador: Antonio Ostrensky
Co-Orientador: Giorgi Dal Pont
Colaborador: Gisele G. Castilho-Westphal; Thayzi de O. Zeni; Thiago B. Massanti
Departamento: Zootecnia
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: derivados de petróleo , histologia , poluição aquática
Área de Conhecimento: 90191000 - MEIO AMBIENTE E AGRÁRIAS
O petróleo é uma combinação complexa de hidrocarbonetos. Dentre eles destacam-se os policíclicos aromáticos (HPA) e os monoaromáticos (BTEX), que apresentam grande toxicidade para os peixes. O potencial tóxico destes compostos pode ser evidenciado pelo surgimento de alterações em tecido branquial em animais expostos a esses hidrocarbonetos. Assim, a histopatologia pode ser utilizada como uma importante ferramenta no diagnóstico de impactos ambientais associados ao derramamento de petróleo. O objetivo deste estudo foi avaliar, em condições laboratoriais, a influência da exposição subcrônica ao óleo diesel e à fração solúvel do diesel (FSD), sobre os tecidos branquiais de peixes Astyanax altiparanae. Como tratamento, foram utilizadas quatro concentrações (10, 20, 35 e 60%), calculadas em relação à CL50-96h da espécie, tanto para o diesel quanto para a FSD e um grupo controle. Todos os tratamentos foram conduzidos com quatro réplicas, cinco peixes por aquário (1g/L) e a água monitorada diariamente (temperatura, O2, amônia total e gasosa, HPAs e BTEX). Ao final do experimento, os peixes foram anestesiados, insensibilizados, identificados e fixados para posterior coleta das brânquias. As lâminas permanentes, coradas em HE, foram observadas em microscópio óptico e o número de alterações encontradas nas lamelas analisadas foi utilizado para calcular o Índice de Impacto Branquial (IIBr= Nº de lamelas alteradas/Nº de lamelas analisadas) de cada patogenia nas concentração estudadas. Foram identificadas alterações como: fusão lamelar, neoplasia, descolamento do epitélio e hipertrofia celular. O IIBr identificado para cada alteração não apresentou relação dose/efeito com as concentrações de diesel e de FSD. Dentre essas alterações destaca-se o IIBr da neoplasia celular que, além de apresentar os maiores valores medianos dentre todas as alterações observadas, afetou os animais do controle (p< 0,05). Nos animais expostos ao diesel, o IIBr observado no tratamento controle foi semelhante aos calculados nas concentrações 10% e 35%, e superior ao da concentração de 20%. Na FSD houve diferença (p< 0,05) entre a menor e a maior concentração utilizada, porém o controle apresentou efeito similar as duas (p>0,05). Em geral, o controle, apresentou valores de IIBr similares aos demais tratamentos, sugerindo que a condição experimental possa ter influenciado os resultados, devido ao estresse a que os animais foram submetidos. Em relação às alterações analisadas, não houve evidências claras de relação entre essas alterações e a exposição ao óleo diesel ou sua fração solúvel em água.