ESTUDOS SOBRE MITOLOGIA COMPARADA A PARTIR DO KOJIKI
Aluno de Iniciação Científica: Thiago Rodrigues da Silva (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Letras - Japonês
Orientador: Márcia Hitomi Namekata
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Kojiki , Mito , Mitologia Comparada
Área de Conhecimento: 80209009 - LITERATURAS CLÁSSICAS
O objetivo deste trabalho é analisar os aspectos míticos presentes em uma das primeiras obras da literatura japonesa, o Kojiki ("Relatos de Fatos do Passado", 712 d.C.), a mais antiga crônica histórica do Japão. E, partindo-se dos pressupostos teóricos de Joseph Campbell e Mircea Eliade, segundo os quais mitos de civilizações distintas assemelham-se entre si, possuindo uma mesma estrutura básica, apenas com variações culturais, pretende-se analisar em que medida seria possível comparar a mitologia japonesa com representações das mitologias nórdica e grega. Para tanto, tomaremos os seguintes aspectos das três mitologias em questão: os mitos cosmogônicos, os diferentes planos em que habitam as divindades e os homens - o mundo dos deuses, o mundo dos homens e o mundo dos mortos -, e algumas lendas que, de certa forma, possuem características semelhantes entre si. Seguindo-se à comparação dessas estruturas, pretende-se também discutir a respeito dos pressupostos de que as formas mitológicas possuem objetivos e funções em comum, considerando-se a concepção do mito enquanto religião para as sociedades arcaicas, fator que possibilita uma organização sistemática dos mitos de acordo com uma coerência estrutural, que pode tanto determinar concepções filosóficas acerca da vida humana quanto legitimizar determinados esquemas sociais. Segundo Campbell, o mito tende a dar um sentindo ao mundo, basicamente se referindo a coisas do universo transcendental; e, para que a concepção do transcendental seja acessível ao homem, permitindo-lhe sentir a presença divina, são necessários os elementos históricos, além do fato de que heróis e feitos estabeleçam um sentido com a experiência humana. Como exemplo, poderíamos considerar o fato de as divindades, nas mitologias japonesa, grega e nórdica, em algum momento atingirem uma forma quase humana, fazendo com que o mito passe a fazer parte do contexto do homem, e posteriormente, parte da fonte histórica das culturas.