AS REPRESENTAÇÕES MUSICAIS E ESPACIAIS NAS OBRAS AMOR, CURIOSIDAD, PROZAC Y DUDAS E BEATRIZ Y LOS CUERPOS CELESTES DE LUCÍA ETXEBARRIA

Aluno de Iniciação Científica: Daniel Carlos Santos da Silva (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Letras - Espanhol ou Português com Espanhol
Orientador: Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Lucía Etxebarria , Espaço , Música
Área de Conhecimento: 80208002 - LITERATURAS ESTRANGEIRAS MODERNAS

Lucía Etxebarria é um nome reconhecido entre o grupo de escritores contemporâneos da Espanha. Sua primeira obra, Amor, curiosidad, prozac y dudas, foi publicada em 1997 e um ano depois, a autora publicou o romance Beatriz y los cuerpos celestes. Nesta obra, tem-se como protagonista Bea, uma jovem que apresenta aos leitores duas fases de sua vida: uma vivida com Mônica, em Madrid, e outra em Edimburgo, junto à Cat. Por sua vez, na obra inaugural da escritora, apresentam-se as vidas das irmãs Gaena (Cristina, Rosa e Ana), distintas em seus modos de vida, mas parecidas na busca pela sobrevivência, encontrando nas drogas, refúgio e amparo. O estudo mais aprofundado destas duas obras inaugurais de Lucía Etxebarria aponta para a importância do espaço e da música como elementos constituintes e significativos das narrativas. Para o desenvolvimento das considerações sobre o espaço literário consideramos o estudo de Dimas (1987), que sintetiza o conceito de moradia, entendida como espaço de proteção. Também nos apoiamos no estudo de Pedra (2001), que define a casa como o lugar de refúgio da personagem e a considera um espaço fechado por excelência. São as casas – e também os quartos – os espaços predominantes nas duas obras, reflexo do caráter intimista dos romances. Ao lado do espaço interior das casas, a descrição dos espaços noturnos também é uma constante. São neles que se insere a geração X –  formada por jovens que pautam as suas vidas no consumo e nos vícios – da qual Bea e Cristina fazem parte. Ademais, a presença dos elementos musicais aponta para a inserção dos romances de Lucía Etxebarria na contemporaneidade, como defende Izquierdo (1999). Pelas definições de Shuker (1998), tomamos conhecimento do significado social e do conteúdo dos gêneros musicais e com base nessa conceituação analisamos a presença do tecno e o punk gótico nos dois romances. O primeiro deles funciona nas obras como elemento de união dos sujeitos e traz consigo um caráter de mediação entre as personagens e o espaço. Consideramos também o ritmo punk gótico dos anos oitenta, com canções carregadas de elementos e significados obscuros (como os sentimentos de Bea e Cristina), e a música clássica, reveladora do desfecho de Amor, curiosidad, prozac y dudas. Com a análise dos dois romances, busca-se demonstrar a importância que o espaço alcança na construção das narrativas e também como a música obtém lugar privilegiado nos textos de Etxebarria, ora como complemento de significação, ora como representação do período em que as histórias e vidas das personagens estão inseridas. 

 

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