UMA ANÁLISE DE LEITE DERRAMADO DE CHICO BUARQUE

Aluno de Iniciação Científica: Taira de Fátima Sakr de Oliveira (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Letras - Espanhol ou Português com Espanhol
Orientador: Marilene Weinhardt
Colaborador: José Olivir de Freitas Junior, João Felipe Gremski, Vinicius Lima Figueiredo
Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: ficção histórica , discurso de memórias , LEITE DERRAMADO
Área de Conhecimento: 80206000 - LITERATURA BRASILEIRA

O presente trabalho tem como objetivo analisar o romance Leite Derramado, de Chico Buarque (2009). As possibilidades de análise da narrativa surgiram logo após a primeira leitura da obra, que traz de maneira muito clara e enfática aspectos importantes para seu desenvolvimento, assim como desde as primeiras reuniões com a orientadora e com o grupo de pesquisa, que foram de grande colaboração. Assim, elegemos três objetivos que nos pareceram fundamentais para nosso trabalho: traçar um paralelo entre o discurso ficcional e histórico; analisar de que modo se dão as principais manifestações identitárias da narrativa e examinar o discurso de memórias, sua construção e seus efeitos na obra. Para tanto, nos utilizaremos das significativas considerações de Georgy Lukács em seu trabalho O Romance Histórico (2011), onde, através de uma abordagem materialista da história da literatura moderna, investiga a natureza da interação entre a história e a literatura, nos permitindo assim, analisar o romance sob a ótica da ficção histórica. Serão úteis também, as considerações de Phillipe Lejeune em O Pacto Autobiográfico (2008) no que diz respeito à maneira em que o romance se apresenta, enquanto ficcionalização de uma das formas de biografia. Os escritos de Paul Ricoeur em seu trabalho A História, a Memória, o Esquecimento, de 2007, nos traz uma jornada de criação de uma fenomenologia da memória, o que nos ajudará na análise sobre os "usos da memória" e suas divisões (o apagamento, a distorção e a permanência). Por fim, nos será de igual importância às considerações de Stuart Hall em seu ensaio A identidade cultural na pós-modernidade, de 2006 no que diz respeito à "identidade pós-moderna", vendo-a como resultado do processo de fragmentação do indivíduo moderno e que resulta no surgimento de novas identidades, sujeitas ao plano da história, da política, da representação e da diferença, presentes no decorrer da narrativa. 

 

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