AUGUSTO DE CAMPOS: TRADUTOR DE DONNE, BYRON, KEATS E DICKINSON

Aluno de Iniciação Científica: Luciane Alves Ferreira Mendes (PIBIC/CNPq)
Curso: Letras - Port/Alem/Ital/Grego ou Latim
Orientador: Mauricio Mendonça Cardozo
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Crítica de tradução , Augusto de Campos , Tradução literária
Área de Conhecimento: 80205003 - TEORIA LITERARIA

Tendo como horizonte a produção de subsídios para a crítica e para a historiografia da tradução literária no Brasil, este trabalho tem por objetivo o estudo do recorte crítico da obra dos poetas ingleses John Donne (1572-1631), George Gordon Byron (1788-1824) e John Keats (1795-1821) e da poetisa norte-americana Emily Dickinson (1830-1886) que a seleção de poemas traduzidos por Augusto de Campos representa. Por um lado, partiu-se do levantamento das diferentes edições das obras dos poetas, das traduções publicadas por Augusto de Campos e de outras traduções para o português e idiomas estrangeiros. Esse levantamento resultou na construção de um corpus de referência – que mapeia a recepção via tradução da obra dos poetas –, constituído por 181 traduções em 19 países e 16 idiomas da obra de Donne; 640 traduções em 37 países e 32 idiomas da obra de Byron; 244 traduções em 21 países e 23 idiomas da obra de Keats e 340 traduções em 32 países e 35 idiomas da obra de Dickinson. Por outro lado, partiu-se da análise de alguns textos centrais para o estudo da crítica e recepção da obra dos poetas citados, bem como dos prefácios e outros ensaios em que o tradutor brasileiro se refere tanto a sua visada crítica da obra de tais poetas quanto a suas traduções. A partir do estudo realizado, o presente trabalho resultou primeiramente no levantamento de diferentes hipóteses relacionadas a cada um dos poetas. Destacamos aqui a vasta tradição de recepção via tradução das obras de Byron e Dickinson tanto no Brasil quanto em outros países pesquisados em oposição à recente e modesta recepção da obra dos poetas Donne e Keats.  No que se refere à discussão do lugar das traduções de Augusto de Campos na recepção mais geral de tais poetas mundo afora, podemos perceber que, no caso de Byron e Dickinson, o tradutor brasileiro se insere numa vasta tradição de recepção via tradução exercendo um papel de pouca relevância para tal tradição, devido a época em que traduz esses poetas (2009 e 2008, respectivamente).  Em outra via, no caso de Donne e Keats, ele exerce a importância de ser um dos tradutores precursores desses poetas no Brasil (1980 e 1984, respectivamente). Analisando a seleção de poemas que Augusto de Campos faz, percebemos sua inserção numa tradição já estabelecida de recorte da obra dos poetas Donne, Byron e Keats tanto em relação às traduções para o Brasil quanto para os outros países pesquisados. No caso de Dickinson, percebemos na seleção de Augusto de Campos a opção pelo recorte em antologia, seguindo um padrão brasileiro de seleção da obra da poetisa norte-americana.

 

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