OS PROGRAMAS DE ESPETÁCULOS DO TEATRO DE COMÉDIA DO PARANÁ - PRIMEIRA FASE (1963-1968) 

Aluno de Iniciação Científica: clarissa loyola comin (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Letras - Português
Orientador: Walter Lima Torres Neto
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: teatro , curitiba , TCP
Área de Conhecimento: 80200001 - LETRAS

Este trabalho investiga, por meio do estudo de programas dos espetáculos da primeira fase do Teatro de Comédias do Paraná (1963-1968), como o governo do estado concebia um teatro público de arte. A idealização do TCP faz uso de uma metodologia semelhante à de algumas iniciativas já empreendidas no cenário nacional, no que diz respeito a companhias teatrais mantidas pelo poder público, a saber: o TCB, (Teatro de Comédia Brasileira), fundado em 1940, a CDN (Companhia Dramática Nacional), de 1953 e o TNC (Teatro Nacional de Comédia), em 1956. Partindo do conceito de paratexto literário, formulado por Gérard Genette, pode-se pensar, analogamente, os programas enquanto paratextos teatrais. Seguindo essa ideia cabe apontar o relevante trabalho de Gilbert David, acadêmico quebequense que emprega a conceituação genettiana e dá um passo além: cria um modus operandi que possibilita a análise dos programas a partir dos elementos gráficos e visuais ali presentes. Esta metodologia permite o estudo de aspectos relevantes como, por exemplo, o uso de espaços dentro do próprio programa para promover a publicidade de obras e empresas assinadas pelo governo estadual. Uma vez responsáveis pelo subvencionamento da companhia, as autoridades locais arranjavam suas falas junto à dos agentes criativos, levando os espectadores a um acompanhamento compulsório das atividades executadas na esfera pública. A existência de um repertório convencional, onde é inexpressiva a montagem de autores considerados modernos para a dramaturgia nacional (por exemplo: Nelson Rodrigues, Dias Gomes e Jorge Andrade) e em sua maioria já cristalizado positivamente pela crítica e público, indica uma preocupação saliente de antes obter êxito e justificar os investimentos públicos, que necessariamente revolucionar o então estado da arte. Desta forma, pode-se concluir que a ideia de teatro público proposta por estes agentes mantenedores é distinta e distante de um teatro dito popular. O período delimitado é considerado, pela crítica e pela história do teatro local, como um dos mais promissores onde o TCP encontrava-se sob direção artística do ator e diretor Cláudio Correa e Castro.  

 

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