ANÁLISE DE AQUISIÇÃO DE ESTRUTURA NOMINAL MASSIVA E CONTÁVEL NO PB

Aluno de Iniciação Científica: Diogo SImão (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Letras - Português
Orientador: Teresa Cristina Wachowicz
Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: aquisição de linguagem , semântica , cognição
Área de Conhecimento: 80000002 - LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES

O modo pelo qual as línguas naturais são adquiridas sempre foi algo que intrigou uma boa parte dos linguistas, filósofos e psicólogos mundo afora (Slobin 1980, Pinker 1989, 2003, Jackendoff 1985, etc.). O objetivo desse trabalho, num vetor mais específico, é analisar dados latitudinais de crianças em processo de aquisição de língua materna e ver como são produzidas as sentenças que possuem estruturas nominais massivos ou contáveis. Fica inevitável, nesse sentido, não pensar nas teorias que nortearam os estudos de aquisição, ou seja, o inatismo e o comportamentalismo. Para esse trabalho, a ideia é de que os dois movimentos seriam não excludentes, mas interdependentes; a criança teria todo um aparato inato, mas também seria auxiliada por fatores externos. A partir daí, podemos pensar na ideia de Bootstraping; uma alavanca que impulsione certos elementos da aquisição, como a prosódia, por exemplo. Boa parte das teorias de Bootstraping são, portanto, cognitivas na medida em que mostram que a percepção que a criança tem de mundo são fundamentais no desenvolvimento da língua materna. É a partir de uma teoria cognitivista, então, que esse trabalho vai pensar a aquisição das estruturas de massivos e contáveis no português brasileiro. Dentre as teorias sobre massivos e contáveis, por outro lado, há as lexicais (Link 1983, Chierchia 1998), que trazem uma distinção que aparece na sintaxe e na relação palavra/coisa no mundo, por exemplo. Em experimentos de método de produção eliciada (Crain & Thorton 1998), desenvolvidos durante a IC, evidenciou-se que determinante definido ou indefinido e mesmo a estrutura bare-nominal são indistintamente usados em posição de objeto direto. Logo,a hipótese desse trabalho é a de que determinantes nessa posição não são relevantes para distinguir estruturas nominais com massivos e contáveis do português brasileiro, uma vez que crianças ora omitem, ora não omitem a determinação, e adultos parecem sempre determinar.

 

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