AS TRANSFORMAÇÕES DA CLASSE POLÍTICA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI: OS NOVOS DEPUTADOS NORDESTINOS
Aluno de Iniciação Científica: Paulo Franz Júnior (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Sociais
Orientador: Adriano Nervo Codato
Departamento: Ciências Sociais
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Nordeste , Elites Políticas , Popularização
Área de Conhecimento: 70900000 - CIÊNCIA POLÍTICA
O objetivo deste trabalho é analisar as mudanças recentes na morfologia da classe política brasileira no início do século XXI a partir de duas teses frequentemente sustentadas pela literatura de sociologia política. A primeira defende uma iminente "popularização" dos representantes políticos nacionais. Segundo ela, novos agentes, pertencentes às classes média e média-baixa, estão a surgir no campo político desafiando a configuração elitista tradicional da Câmara dos Deputados (Rodrigues 2002; 2006). A segunda tese sustenta, num sentido bem diferente da primeira, a crescente "profissionalização" desse campo e a predominância de "raposas" no espaço de representação política por excelência, o Congresso Nacional. Comparando-se o contingente de todos os candidatos a deputado federal nas eleições de 1998, 2002 e 2006 viu que, por exemplo, nada menos de 47% dos vitoriosos em 2006 já eram membros do poder legislativo federal (Perissinotto e Miríade, 2009; Perissinotto e Bolognesi, 2010). Nossa pesquisa consiste em testar essas duas hipóteses acima resumidas analisando os dados referentes aos deputados federais do Nordeste (eleitos e não eleitos) que concorreram à 51ª, 52ª e 53ª legislaturas. A região Nordeste possui nove estados, politicamente bem diferentes entre si, onde se tem verificado, em alguns deles, uma mudança importante no comando do Executivo regional com a eleição de candidatos mais à esquerda para a cadeira de governador. Qual o impacto disso sobre as respectivas bancadas de deputados federais? Será que a dinâmica eleitoral (isto é, as sucessivas conjunturas) não é mais decisiva para compor o perfil dos eleitos sem que haja, de fato, uma tendência mais estrutural de mudança do perfil da classe política verificável tanto em termos de "popularização" como de "profissionalização"? Ou por outra: será que a vitória eleitoral de candidatos mais à esquerda no espectro político não tem mudado o perfil social e profissional característico da bancada nordestina sendo essa a variável explicativa para a nova demografia da classe política da região? Para responder a essas questões foram utilizados dados coletados e organizados pelo Núcleo de Pesquisa em Sociologia Política Brasileira (NUSP) da Universidade Federal do Paraná baseados nas informações oferecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.