AS TRANSFORMAÇÕES DA CLASSE POLÍTICA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE DO MERCADO POLÍTICO DE SÃO PAULO
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Arcos Lorencetti (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Sociais
Orientador: Adriano Nervo Codato
Departamento: Ciências Sociais
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: elite política , São Paulo , profissionalização política
Área de Conhecimento: 70900000 - CIÊNCIA POLÍTICA
O objetivo desta pesquisa é fazer uma análise do perfil social e da carreira política dos representantes de São Paulo na Câmara dos Deputados no período das 51a., 52a. e 53a. legislaturas (de 1998 a 2006), utilizando variáveis a respeito do posicionamento ideológico e da formação profissional dos deputados paulistas. Pretende, com isso, testar a validade empírica de duas teses correntes na literatura científica sobre as transformações da classe política brasileira no século XXI. A primeira tese defende a existência de um processo perceptível e crescente a partir das eleições legislativas de 2002 de "popularização" do perfil dos deputados federais: tem havido um aumento do contingente de representantes saídos das camadas médias não tradicionais e das baixas camadas médias em prejuízo do número, tradicionalmente alto, de políticos empresários e titulares de profissões tradicionais, direito, em primeiro lugar (RODRIGUES, 2002; 2006). A segunda tese (PERISSINOTTO & MÍRIADE, 2009; PERISSINOTTO & BOLOGNESI, 2010) constatou, numa direção bem diferente, a existência de uma crescente "profissionalização" desse grupo, ou seja, um número cada vez mais significativo, a partir de 1998, quando começa a série de dados, de representantes que possuem uma carreira consolidada como políticos profissionais, exatamente no mesmo sentido encontrado nas pesquisas internacionais sobre a classe política (GUTTSMAN, 1974; BEST & COTTA, 2000). Testamos as duas teses para o caso específico da bancada de São Paulo, ponderando sobre se e como essas mudanças estariam ocorrendo em três subgrupos ideológicos em que se divide a bancada: direita, centro, ou esquerda. Para tanto, foram utilizados dados coletados e organizados pelo Núcleo de Pesquisa em Sociologia Política Brasileira da Universidade Federal do Paraná baseados nas informações oferecidas pelo TSE. Foi observado um aumento da "profissionalização" da classe política paulista. A questão é saber, a partir daqui, o que isso significa, qual a magnitude desse processo (em comparação com o caso brasileiro) e se essa é uma tendência estrutural, que modifica o mercado político do estado, ou apenas incidental, devido a injunções das conjunturas eleitorais estudadas.