(DES)FORMAR, EXPERIMENTAR, SINGULARIZAR, APRENDER: UM ESTUDO DOS PROCESSOS CRIATIVOS DE FERNANDO ROSENBAUM

Aluno de Iniciação Científica: EMERSON BIERNASKI (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Pedagogia
Orientador: Kátia Maria Kasper
Departamento: Teoria e Prática de Ensino
Setor: Educação
Palavras-chave: Singularização , Formação , Arte
Área de Conhecimento: 70807000 - TÓPICOS ESPECÍFICOS DE EDUCAÇÃO

Esta pesquisa em andamento cartografa (ROLNIK, 2007) os processos de criação/ singularização/ formação do artista, ativista e educador Fernando Rosenbaum. Analisa tais processos inspirada no conceito de singularização (GUATTARI 1996; 2001), relacionando-o com a noção de formação como um devir criativo e plural (LARROSA, 2002, 2004, 2007). Formação que expande os limites escolares, entendida como processo de subjetivação. Inspirado ainda na leitura deleuzeana de Nietzsche (DELEUZE, 1992), este estudo analisa os processos acima mencionados como desdobradores de modos singulares de existência, que escapam dos modelos dominantes e padronizados do capitalismo globalizado (GUATTARI, 2001). Singularização como um processo radical de formação, produção de um estilo de vida. Formação que não segue um padrão, um modelo pré-estabelecido, sendo produzida principalmente nas experimentações vitais. Como fonte, utiliza o depoimento do artista, gravado em áudio e vídeo, bem como um levantamento de materiais, registros de conversas, encontros e eventos que documentam a trajetória e o trabalho do artista. Pensando nos percursos formativos traçados por Fernando, encontramos o contato com ateliês artísticos, em sua infância. Posteriormente, ele mesmo constrói experiências singularizantes de formação, como viagens de bicicleta, atravessando o país, propiciando-lhe uma aprendizagem ímpar, uma visão de mundo peculiar. Outras linhas desse percurso envolvem as vivências ocorridas durante o curso universitário, em Curitiba. Para ele, esse local foi importante principalmente por ser um lugar de encontros diversos, um espaço de criação de projetos, de coletivos artísticos que se constituíram nas atividades com colegas. Os eventos que ele e seu grupo propuseram para a cidade abriram possibilidades de criação e de formação únicos. Percursos chamados por ele de "viver a cidade", envolvendo projetos como Bicicletada Curitiba, Jardinagem Libertária e, mais recentemente, a Bicicletaria Cultural. Um percurso formativo produzido pela união de experimentações vitais e artísticas, configurando o estilo do seu trabalho, no qual arte e vida estão emaranhadas. Uma das obras analisadas por nós é a Baiuca (pequeno abrigo, em tupi-guarani), uma bolha inflável e penetrável de papel de seda ou vinil transparente. Objeto relacional, intervenção urbana, convidando o público para penetrá-la, realizando uma série de experimentações sensoriais.  Arte que se realiza como acontecimento no contato com o outro, explorando sua potência ética, política e estética.

 

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