REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Diego Mendonça Domingues (PET)
Curso: Engenharia Civil
Orientador: Márcia de Andrade Pereira
Co-Orientador: Marcelo Henrique Farias de Medeiros
Colaborador: Ana Julia Alves Egg Monteiro, Mikael de Oliveira Nunes da Silva, Sabrina Requião Pinto
Departamento: Transportes
Setor: Tecnologia
Palavras-chave: Educação , Engenharia , Sociedade
Área de Conhecimento: 70804001 - ENSINO-APRENDIZAGEM
Dentro das mudanças causadas pelo avanço tecnológico na educação, percebe-se a necessidade da redefinição dos currículos tradicionais de engenharia. O sucesso nessa área depende, por exemplo de capacidade de liderança e visão holística, além do domínio das diversas técnicas. Sendo assim, é dever da academia proporcionar essas características na formação do profissional. Para Lev Vigotsky (1987), as mudanças que ocorrem no indivíduo partem de sua interação com a sociedade por meio da cultura na qual ele está inserido. A partir disso, pode-se afirmar que a forma como o conhecimento é transmitido interfere na maneira que ele é processado e, consequentemente, estruturado. Portanto, é plausível que os docentes estejam em sintonia com a preferência do estilo de aprendizagem dos alunos. Durante dois anos seguidos, através de pesquisa em que se utilizou a metodologia de Felder e Silverman (1988), foram analisados os estilos de aprendizagem dos calouros de Engenharia Civil da UFPR. Esses demonstraram preferência pelos estilos ativo, sensorial, visual e global de aprender. Coincidentemente, os professores do primeiro ano, também por essa metodologia, apresentaram a mesma preferência. Esses estilos devem refletir uma maneira dinâmica, experimentadora, concreta e multidisciplinar de ensinar, situação essa que infelizmente não é atendida atualmente na maioria das instituições de ensino. Diante do contexto apresentado é objetivo da pesquisa analisar o protagonismo estudantil, e não apenas o do corpo docente, como agente transformador educacional da realidade universitária brasileira. Para tanto, foi utilizada a disciplina de Introdução à Engenharia, que nos últimos anos está passando por uma reestruturação dos seus procedimentos didáticos, como campo de estudo do desempenho discente. Percebeu-se que, com métodos didáticos que enfatizaram os estilos de aprendizagem preferidos, os professores e estudantes consideraram mais produtivas as atividades que realizaram, cumprindo de melhor maneira os objetivos do plano de ensino da matéria. Ou seja, observou-se que mesmo sem alteração da grade curricular e da ementa da disciplina foi modificado o seu formato. Propõe-se, então, que é possível obter uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem mantendo a grade existente e sem dispor de mais recursos financeiros para tal. É necessário que a metodologia de ensino seja repensada e, dialeticamente a isso, o processo de ensino-aprendizagem ajustado. Por fim, lê-se esse processo como fruto da educação tutorial, e entende-se que ela é uma alternativa à educação superior brasileira.