A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO EMANCIPADOR DO INDIVÍDUO EM KANT E EM NIETZSCHE

Aluno de Iniciação Científica: Camila Maria Santos Figueiredo (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena)
Orientador: Celso de Moraes Pinheiro
Departamento: Teoria e Prática de Ensino
Setor: Educação
Palavras-chave: Educação , Autonomia , Conhecimento
Área de Conhecimento: 70801010 - FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

A presente pesquisa busca identificar e analisaros possíveis pontos de convergência e divergência entre os textos "Sobre aPedagogia" de Kant e "Consideração intempestiva: Schopenhauer educador", textode juventude de Nietzsche, a respeito do que vem a ser a educação para os doisautores. Em Kant a educação é o ponto de partida para o alcance de algo maior,a saber, de um processo de esclarecimento da razão, o que faz com quefinalmente o homem passe a se ver como humanidade. Quando Kant afirma que ohomem é o "único ser que necessita ser educado" (KANT, 1999, p.2), ele tambémvai mostrar que há uma dualidade entre a sensibilidade e a inteligibilidadepresente na sua natureza, o que o impulsionará a uma conciliação entre essesdois aspectos. Tal conciliação só será possível através da educação. OAufklärung kantiano será o processo norteador, o guia para mostrar que todaquestão acerca da educação possui a orientação de uma finalidade ética epolítica. Já em Nietzsche, o que se nota é que este impulso para superar acondição mais básica e instintiva da natureza humana é muitas vezes abafadopela indolência, pelo medo e principalmente pela preguiça. O Schopenhauernietzschiano se apresenta como um guia que, através da educação, conseguechegar ao nascimento do gênio para a melhoria da espécie. Enquanto Kant possuiuma postura otimista e idealizadora com relação à guiança da educação pelasgerações futuras, mostrando que mesmo na dualidade há um ideal a ser alcançado,Nietzsche irá dizer que, pelo fato de seu século ser um dos períodos maisobscuros e inumanos da história, este deve ser "apagado", pois as geraçõesfuturas não terão no quê se mirar. A educação, portanto, deve ser aquela quepromove a emancipação do indivíduo e cabe a este libertar-se com ousadia dasamarras da consciência de rebanho, algo que Nietzsche detecta com grandeperspicácia considerando sua própria época. Com a consciência de que é umatarefa árdua e complexa a de analisar o que vem a ser a educação para taisfilósofos, é oportuno esclarecer que aqui não se pretende "esgotar" um assuntotão vasto como esse. Mas, se vier a servir de estímulo à reflexão e à extensãoda pesquisa sobre educação, este trabalho terá alcançado plenamente seuobjetivo.

 

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