ATIVIDADES CULTURAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS: UMA POSSIBILIDADE?

Aluno de Iniciação Científica: Bárbara Yuri Katahira (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Odisséa Boaventura de Oliveira
Departamento: Teoria e Prática de Ensino
Setor: Educação
Palavras-chave: Ensino de Ciências , Atividades culturais , Análise de Discurso
Área de Conhecimento: 70800006 - EDUCAÇÃO

Esta pesquisa procurou desenvolver uma atividade que promovesse a interface entre o ensino de Ciências e as atividades culturais. Entende-se por "atividades culturais" a arte circense, o teatro, a música, a dança, a pintura e a literatura, por exemplo, ou seja, atividades que utilizem linguagem verbal e/ou linguagem não-verbal. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica em periódicos da área do ensino de Ciências a fim de se observar a frequência e como têm sido realizadas as pesquisas com esta mesma temática. Constatou-se que grande parte das pesquisas é de natureza teórica e adota a possibilidade de inserção da atividade cultural no ensino de Ciências com um fim motivacional ou visando à aprendizagem de conceitos científicos. Assim, buscando manter uma interface sem que houvesse a sobreposição do enfoque cultural sobre o científico-escolar e vice versa, implementou-se uma atividade com crianças das séries iniciais do ensino, leitoras e não-leitoras. Desenvolveu-se as seguintes etapas: leitura do livro "A primavera da lagarta" de Ruth Rocha por meio da "contação de histórias" e o uso de bonecos; discussão sobre o livro, os personagens, seu aspecto moral e os conceitos científicos referentes às etapas de desenvolvimento das borboletas; improvisação teatral por parte das crianças. Após a aquisição de autorização prévia dos responsáveis, todas as etapas foram vídeo-gravadas, transcritas e analisadas. Adotaram-se os referenciais teóricos da Análise de Discurso francesa, especialmente no conceito de memória discursiva, que possibilita a reflexão sobre os diferentes atravessamentos e interpelações que constituem os sujeitos da pesquisa e de Vygotsky, no que se refere à formação de conceitos espontâneos e verdadeiros. Os dados obtidos demonstram ser possível promover a interface proposta e também as contribuições em relação às atividades culturais, ao ensino de Ciências e para os sujeitos envolvidos na pesquisa: as crianças e o professor. Esta pesquisa possibilitou também novos olhares e perspectivas para esta interface. Por exemplo, no caso trabalhou-se com crianças das séries iniciais de ensino com um discurso próximo ao lúdico e num espaço não escolar. Questiona-se: O espaço escolar influenciaria nos resultados? Como seria a interface em uma turma de ensino superior a este, o Ensino Médio, por exemplo? Como seria utilizar um discurso próximo ao lúdico neste nível de ensino? São perguntas a serem respondidas em uma pesquisa futura. 

 

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