ESTUDO LONGITUDINAL DO ÍNDICE DE VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO OBTIDO PELAS CRIANÇAS INFECTADAS PELO VÍRUS HIV
Aluno de Iniciação Científica: Ana Paula Cunha (PIBIC-AF/FA)
Curso: Psicologia
Orientador: Ana Paula Almeida de Pereira
Departamento: Psicologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: hiv , crianças , neuropsicologia
Área de Conhecimento: 70706000 - PSICOLOGIA COGNITIVA
Na literatura encontram-se poucos estudos longitudinais de crianças infectadas pelo HIV. O HIV é um vírus que pode com certa facilidade se infiltrar no sistema nervoso central e comprometer o funcionamento cognitivo. Na infância, estes prejuízos podem ser maiores, pois neste período, o cérebro ainda está em desenvolvimento. Entre os danos causados pelo vírus, pesquisas relatam o comprometimento na velocidade de processamento da informação (VP). A VP se caracteriza pela eficiência e rapidez com que o cérebro irá captar e interpretar as informações do ambiente, podendo determinar sucesso ou fracasso principalmente naquelas ações do cotidiano que envolvem tempo. O objetivo do presente estudo foi analisar de forma longitudinal o desempenho de crianças com HIV na VP. Para tanto, utilizou-se os seguintes subtestes da Escala Wechsler para Crianças – Terceira Edição (WISC-III) que avaliam a VP: Procurar Símbolos e Código; os quais compõem o índice de velocidade de processamento (IVP). Foram avaliadas 10 crianças, inicialmente entre 7 a 11 anos, atendidas pelo Hospital de Clínicas da UFPR. Nesta primeira avaliação os escores ponderados médios do IVP obtidos foram 97,30 (DP=14,49). Depois de um intervalo que variou entre 1 a 5 anos, os mesmos pacientes foram reavaliados, os escores ponderados médios do IVP obtidos foram 99,5 (DP=14,96). De acordo com o teste-T para amostras dependentes, não houve diferença significativa entre as pontuações nos dois momentos (t(9)= -,624; p=0,548; a=0,05). Os dados indiquem que o grupo de crianças com HIV, no momento, encontra-se dentro da média normativa nesta função. Além disto, após intervalo os resultados mantiveram-se estáveis pelas crianças com HIV. Sendo assim, a análise estátistica sugere que esta função cognitiva (VP) não está sendo prejudicada com o aumento de idade. No entanto, estes dados devem ser vistos com cautela, pois é possível que os instrumentos utilizados não tenham sido sensíveis na detecção de prejuízos ao longo dos anos.