A PERCEPÇÃO DOS ESTILOS PARENTAIS E SINAIS DE DEPRESSÃO DE ADOLESCENTES

Aluno de Iniciação Científica: Yohan Marcos Volcov (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Psicologia
Orientador: Lidia Natalia Dobrianskyj Weber
Colaborador: Cristiani Aparecida da Silva , Jefferson Dantas Hilario , Rosana Angst
Departamento: Psicologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: depressão; adolescência; estilos parentais
Área de Conhecimento: 70700001 - PSICOLOGIA

Diversos estudos relacionam o comportamento dos adolescentes com os estilos educativos utilizados pelos pais, são encontradas relações entre os estilos parentais e comportamentos interiorizados e exteriorizados dos adolescentes. Esta pesquisa visou verificar possíveis relações entre práticas educativas parentais percebidas e sintomas de depressão entre adolescentes. Participaram 269 estudantes de 12 a 19 anos, provenientes de escolas públicas e particulares de Curitiba e região metropolitana, os quais responderam um questionário coletivo e anônimo, depois de obtidas autorização das escolas, dos pais e dos adolescentes.  Foram utilizados as Escalas de Exigência e Responsividade (Lamborn, Mounts, Steinberg & Dornbusch (1991), a escala  Screening for Adolescent Depression (LeBlanc, Almudevar, Brooks & Kutcher  (2008)  e  questões sobre dados demográficos e familiares. A análise dos dados revelou que 24,8% dos adolescentes apresentaram sinais de depressão sem diferença estatística entre gêneros nem escolas pública e particular. Sobre os estilos parentais, os participantes perceberam seus pais como: 37,3% autoritativos, 33,0%  negligentes, 15,6% permissivos e 14,2%  autoritários. Foi verificada uma relação estatisticamente significativa entre o estilo parental de ambos os pais e a presença de sinais de depressão (X2=17,956, p< 0,001): dentre os adolescentes que apresentam sinais depressivos, 51,9% percebe seus pais como autoritários, 33,33% tem pais negligentes, 15,3% autoritativos e 13,3% percebe-os como permissivos. Quando se analisa pai e mãe separadamente, os piores preditores para sinais de depressão são o estilo autoritário para o pai e o estilo negligente para a mãe. Há uma tendência de maior número de adolescentes com sinais de depressão entre famílias com pais separados e, nestas, maior percentual de pais e mães com estilo negligente. Pesquisas nessa área de conhecimento são importantes para a psicologia no sentido de possibilitar intervenções tanto junto aos pais quanto aos adolescentes. Os dados são claros em indicar uma relação significativa entre pais com estilos parentais que  utilizam tanto práticas coercitivas como a privação de afeto e sinais de depressão. Um fato evidente nesta pesquisa é que a variável "responsividade" é crucial tanto como fator de risco quanto fator de proteção para comportamentos interiorizados como a depressão. Isso revela a necessidade de investir com mais afinco na educação de pais, bem como no cuidado com adolescentes, e os princípios da análise do comportamento podem servir adequadamente para este fim.

 

1211