DINAMICA FAMILIAR DE FAMILIAS POR ADOÇÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS
Aluno de Iniciação Científica: Giovanna Isabella Baú (PIBIC/CNPq)
Curso: Psicologia
Orientador: Lidia Natalia Dobrianskyj Weber
Colaborador: Cindy Vaccari
Departamento: Psicologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave:
Área de Conhecimento: 70700001 - PSICOLOGIA
A adoção de crianças especiais ou com graves problemas de saúde é uma tarefa instigadora, tanto para os operadores da adoção quanto para os adotantes . A presente pesquisa visou verificar o perfil de pais que adotaram crianças especiais, analisar as motivações que levaram a aceitar esse tipo de para crianças e compreender os reforçadores que mantêm esse comportamento. Participaram 23 mulheres e 2 homens, com idades entre 26 e 56 anos, os quais responderam um questionário com dados demográficos e questões discursivas sobre suas características e de seus filhos, motivação para a adoção e história passada. Os dados indicam que 64% dos adotantes não tinha filhos genéticos antes da adoção e, destes, metade não teve filhos por problemas de infertilidade. 84% dos pais adotivos eram casados por ocasião da adoção e 76% dos casais afirmaram ter ocorrido melhora no relacionamento com seus companheiros após a adoção. A maioria absoluta das adoções (96%) foram realizadas quando a criança tinha menos de quatro anos e atualmente a maioria tem acima de 8 anos. A amostra contempla 68% de adotantes com nível superior completo e 28% com superior incompleto e uma distribuição da religião bastante diferente da proporção brasileira (que contempla maioria absoluta de católicos, seguidos por protestantes): 33% de participantes declararam-se católicos, 33% espíritas, 17% protestantes e 16% ateus ou agnósticos. As histórias de vida revelam forte aprendizagem por modelo, uma vez que 56% dos adotantes já tinha contato com alguma adoção na família extensa. A não-esquiva de um filho com graves problemas é um comportamento de interesse, pois ao definir o perfil da criança que desejariam adotar, 56% dos adotantes não excluiu aquelas com problemas de saúde graves, tais como HIV, síndrome de Down autismo, hidranencefalia, ausência de membros, paralisia cerebral etc., e 44% sinalizou claramente que gostaria de adotar um filho com algum problema específico. 74% dos adotantes tomaram conhecimento do problema de seu filho antes da adoção e 26% souberam após a adoção e não cogitaram devolver a criança no período de guarda. Sobre o estilo de vinculação, 56% dos pais adotivos foram categorizados com estilo de apego seguro, relatando haver um amor imediato por seu filho e que sua motivação era ter um filho independentemente da sua condição de saúde. Este tipo de amor com características altruístas, denominado de ágape, é aquele no qual existe um alto custo de resposta, grande habilidade de empatia, alta capacidade de enfrentamento de eventos adversos e valorização máxima de reforçadores mínimos