ESTUDO SOBRE PERCEPÇÃO DE RISCO DE PEDESTRES SOBRE USO DE ÁLCOOL POR CONDUTORES
Aluno de Iniciação Científica: Cristiane Mie Abe (PIBIC/CNPq)
Curso: Psicologia
Orientador: Alessandra Sant'Anna Bianchi
Colaborador: Marina de Cuffa
Departamento: Psicologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Álcool , Trânsito , Lei Seca
Área de Conhecimento: 70700001 - PSICOLOGIA
Por todo o mundo, diariamente, acidentes de trânsito vitimam fatalmente cerca de 3.500 pessoas (podendo atingir o número de 1.2 milhões de mortes em um ano), além de incapacitar inúmeros indivíduos, sejam pedestres, motoristas ou passageiros. Em decorrência disso, os gastos mundiais podem alcançar valores próximos a 500 bilhões de dólares. No Brasil, acidentes viários configuram a segunda maior causa de mortes por motivos externos, tanto que no ano de 2010 o número de óbitos no país chegou a 40.610, dos quais 3.410 ocorreram no estado do Paraná. Grande parte desses acidentes é atribuída ao consumo alcoólico por condutores antes de dirigirem, fator preocupante que demanda políticas que reduzam a incidência deste comportamento de risco. Uma medida tomada pelo governo brasileiro foi a implantação da Lei 11.705, conhecida popularmente como "Lei Seca", que proíbe a condução de veículos automotores sob efeito do álcool. Há uma tolerância de 2 dg/L de álcool no sangue, logo motoristas que forem testados e apresentarem alcoolemia acima desse valor são obrigados a pagar uma multa, têm seu veículo apreendido e o documento de habilitação fica suspenso por um ano e meio, já se a quantidade de álcool no sangue exceder 6 dg/L é considerado um crime de trânsito e o sujeito pode ser preso. Logo que entrou em vigor a lei surtiu efeitos e reduziu drasticamente o número dos acidentes de trânsito e, consequentemente, de mortes, entretanto, com o passar do tempo as estatísticas relacionando direção e consumo de bebidas alcoólicas voltaram a aumentar. A fim de compreender por que a "Lei Seca" perdeu força, este estudo investiga o conhecimento acerca da mesma e sua opinião a respeito dela em um grupo de não condutores, buscando-se assim fundamentos para a prevenção do comportamento de "pegar carona" com um condutor embriagado. Formaram parte da amostra 180 estudantes de ensino superior de Curitiba e região metropolitana. Eles responderam um questionário com questões abertas e fechadas sobre o conhecimento da "Lei Seca" e práticas a ela associadas. Os resultados apontam que os jovens não conhecem bem a lei e o "fracasso" da medida é imputado à falta de fiscalização e à impunidade daqueles que se comportam de forma não condizente com a segurança viária. É necessário que políticas públicas relacionadas a álcool e condução também se preocupem com aqueles que não vão dirigir, mas que aceitarão que um condutor sob efeito do álcool os leve; pois seu desconhecimento referente à lei pode estar tendo importantes impactos sobre seu comportamento.