Aluno de Iniciação Científica: Anna Luiza Veiga Gomes (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Psicologia
Orientador: Maria Virginia Filomena Cremasco
Colaborador: Giovana Fonseca Madrucci, Luciana Tiemi Kurogi
Departamento: Psicologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Luto , Melancolia , Psicanálise
Área de Conhecimento: 70700001 - PSICOLOGIA
A presente pesquisa tem como tema geral o processo de luto considerado a partir de uma abordagem teórico-metodológica psicanalítica. Trata-se de uma pesquisa exploratória cujo método nesta etapa focalizou ampla revisão bibliográfica e a realização de entrevistas com indivíduos enlutados. Tal pesquisa foi motivada pela aproximação dos pesquisadores a um grupo de apoio a pessoas enlutadas que possibilitou que a necessidade de mais estudos acerca do tema fosse percebida. Freud (1985) em seu Rascunho G já apontava que a perda de algo significativo para o sujeito seria o afeto correspondente à melancolia, podendo eventualmente ser considerado o desencadeador desta. Assim, em Luto e Melancolia (1915), o autor explica que há traços comuns naqueles que são acometidos pelo luto e pela melancolia, como o desinteresse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar e o sentimento de culpa e acrescenta que na melancolia há grande perturbação da autoestima, destacando que a ambivalência das relações é bastante relevante para compreender tais processos. Além disso, afirma que a conclusão de um processo de luto estaria representada pela libertação e desinibição do ego. O objetivo deste estudo nesta etapa foi compreender, a partir do discurso das entrevistadas, de quais formas se manifestava a dor do luto e o que elas apontavam como importante no seu processo de superação. A coleta dos dados foi feita por entrevistas individuais, semiabertas, sendo que os sujeitos foram mulheres que perderam o filho ou o marido e que participavam do grupo de apoio em questão. A partir da análise de conteúdo foi possível perceber que os traços descritos acima, especialmente o desinvestimento no mundo externo e o sentimento de culpa, estão bastante presentes e que todas atribuem ao grupo grande importância e citam que ele foi ou está sendo essencial para que haja alguma forma de reconstrução de suas vidas e de suas relações e ligações afetivas. Desta forma, a conclusão é de que a narrativa testemunhal da perda, tal como ocorre no grupo pesquisado, pode favorecer o trabalho de luto ao estabelecer, na presença de outros, possibilidades representacionais à dor insuportável. Como continuidade, a pesquisa prevê ainda a análise de atendimentos clínicos com enlutados.