ESTRUTURA, MOBILIDADE E RELAÇÕES SOCIAIS DA POPULAÇÃO DO PLANALTO CURITIBANO NO SÉCULO XVIII
Aluno de Iniciação Científica: Carlos Magno de Oliveira Júnior (PIBIC/CNPq)
Curso: História
Orientador: Maria Luiza Andreazza
Co-Orientador: Rachel dos Santos Marques
Departamento: História
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: agregados , listas nominativas , santo antônio da lapa
Área de Conhecimento: 70505012 - HISTÓRIA DO BRASIL COLÔNIA
Este trabalho iniciou-se em agosto de 2011 e tem como conjunto documental as listas nominativas de habitantes da Vila Nova do Príncipe (Lapa – PR) dos anos de 1806, 1816 e 1826. Tais listas são levantamentos censitários produzidos nos séculos XVIII e XIX, sendo importante fonte para o estudo do passado colonial. As listas com que trabalho contém informações sobre cada fogo (domicílio) arrolado, seus integrantes, agregados e escravos. Dentro da historiografia, tais listas são utilizadas para constituir análises que buscam observar o crescimento populacional e territorial das localidades, sua hierarquia social e as relações sociais existentes. Tendo contextualizado a documentação, é importante comentar sobre o trabalho feito: o material foi transcrito e organizado em tabelas com os dados observados, incluindo neste último processo censos transcritos de anos anteriores da mesma localidade, dos anos de 1776, 1785 e 1796, buscando maior suporte à análise. Os principais dados obtidos são o número de habitantes e domicílios arrolados em cada ano, a proporção entre homens e mulheres, quantidade de escravos, agregados e a média de habitantes por fogo. Dentro destes dados, observei o crescimento no número de pessoas listadas como agregados, fator que será problematizado na pesquisa. Tendo isso explicitado, vamos às listas de 1806, 1816 e 1826: na primeira, dos 2217 habitantes da vila, 100 foram listados como agregados, ou seja, 4,5% da população. Em 1816, dos 2457 habitantes, 222 foram listados como agregados, cerca de 9% da população, o dobro de 1806. Em 1826, das 3171 pessoas listadas, 221 foram designadas como agregados, 6,9% da população. Buscando explicações para esta diferença, observei em 1806 algo que talvez explique esta importante variação: selecionando todos os parentes não nucleares dos chefes de fogo (tais como sobrinhos(as), cunhados(as), sogros, etc.) e somando estes aos agregados, temos um total de 217 habitantes (9,8% da população), número próximo ao de 1816. Em 1826, percebe-se o mesmo padrão de 1816, com queda no número de agregados. Alguns pesquisadores, como Carlos Bacellar e Cacilda Machado já perceberam a presença de parentes listados como agregados, o que corrobora minha hipótese de que, em algum momento nesses arrolamentos, tais parentes passaram a ser listados deste modo. Colocando estas listas enquanto discurso, tendo por base o exposto por Maria Luiza Andreazza, fica possível perceber a existência de novas categorias sociais nesta localidade, o que, entre outras coisas, reforça a hierarquia social e o status senhorial da vila.