Aluno de Iniciação Científica: Naiara Batista Krachenski (PIBIC/CNPq)
Curso: História
Orientador: Rosane Kaminski
Departamento: História
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: fontes visuais , modernidade , automóvel
Área de Conhecimento: 70505004 - HISTÓRIA DO BRASIL

Este trabalho é fruto de uma pesquisa que vem sendo realizada desde 2010 sobre as imagens do automóvel que circularam na revista ilustrada A Bomba em Curitiba em 1913. Procuramos entender de modo geral como o discurso da modernidade se fazia presente nas representações visuais deste objeto em nossa fonte principal. Para tanto, nos debruçamos nas análises de três tipos de imagem – a publicidade, as charges e a fotografia -, cada qual com sua linguagem específica e com significações diferenciadas. Entendemos que a característica principal das propagandas dos automóveis BENZ era auxiliar na construção da imagem do automóvel como um objeto moderno, símbolo do progresso técnico e científico, bem como apresentar este objeto ao leitor da revista inserido no cotidiano urbano, aliando sua imagem a uma mensagem de lazer, descontração e status social coerentes com a expansão de novos hábitos de vida aliados à expansão da modernidade. Já nas representações humorísticas vimos que os ilustradores colocavam à mostra as falhas do projeto modernizador da elite ao evidenciar os aspectos negativos da introdução do automóvel em um cotidiano urbano ainda despreparado para tais transformações. A fotografia, por sua vez, tinha a função de informar aos leitores da revista o que acontecia na cidade. Nesse sentido, a fotografia trazia ao periódico ares de "credibilidade" e "confiabilidade" sobre tais notícias, visto que as fotos supostamente denotavam a captura do real, dos instantâneos da vida urbana. Dessa maneira, apresentamos aqui um estudo sobre as funções e significações destes três tipos de imagens que circulavam lado a lado n'A Bomba. Além disso, é significativo o fato de que este período é marcado pela proliferação de revistas ilustradas na cidade de Curitiba e pelo desenvolvimento das técnicas de reprodução de imagens, não só em Curitiba, mas em todo o país. Dessa forma, a partir de uma análise comparativa entre estas diferentes fontes visuais juntamente com a leitura de uma bibliografia sobre o período de modernização brasileira, podemos entender de uma forma mais abrangente como o discurso da modernidade se construía a partir de diferentes linguagens e diferentes significações.     

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