REPRESENTAÇÃO E CRÍTICA SOCIAL NO CINEMA DE HORROR: O CAPITALISMO E A FAMÍLIA EM "O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA"

Aluno de Iniciação Científica: Gabriela Müller Larocca (PET)
Curso: História
Orientador: Dennison de Oliveira
Departamento: História
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: história e cinema , representação , indústria cultural
Área de Conhecimento: 70503001 - HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

A relação de estudo estabelecida entre os campos do cinema e da História já é um tema muito conhecido e abordado, se mostrando presente nos níveis acadêmicos e levantando diversos temas e questionamentos. Torna-se cada vez mais importante a abordagem da relação que se estabelece entre a produção de um audiovisual e o contexto e época em qual está sendo filmado, evidenciando pensamentos e necessidades de uma determinada sociedade. Por outro lado, também é preciso entender que o processo de construção cinematográfica envolve um conjunto enorme de opções: seleções e exclusões, como o enquadramento escolhido pelo diretor, a cenarização e dramatização, efeitos especiais, assim como elementos externos às filmagens como interesses econômicos, culturais e políticos.Inserindo-se neste debate historiográfico, este trabalho procura abordar algumas destas questões, tendo como base o cinema de horror e sua representação da realidade norte-americana do período compreendido entre 1973 e 1979, feita pela produção "O Massacre da Serra Elétrica" dirigida por Tobe Hooper em 1974. A década de 1970 para os Estados Unidos da América se mostrou marcada pela Guerra do Vietnã, pelo escândalo de Watergate envolvendo o presidente Richard Nixon, o primeiro choque do petróleo em 1973 e outras questões que despertaram e aguçaram angústias, medo e indignação por parte da sociedade, inclusive de cineastas. Ao se perceber a complexidade do período estudado se mostra indispensável pensar em suas produções cinematográficas e no diálogo estabelecido com a realidade em que se encontravam. Este trabalho procura destacar um aspecto, às vezes pouco conhecido do cinema de horror, o de crítico social, papel incorporado de maneira sutil. A fonte escolhida, a produção de Hooper, apresenta de tal forma elementos de ficção e não-ficção, equacionando o clima de tensão em que se encontrava a sociedade, para posteriormente a criticar, voltando-se para uma sátira ao capitalismo e à instituição familiar. Assim, a pesquisa foi dividida em dois momentos fundamentais: leituras teóricas acerca de seu aspecto principal, o cinema de horror e suas relações com o estudo de História e a análise das representações feitas pelo filme, assim como a leitura de alguns artigos voltados para o estudo de tal produção.    

 

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