LITERATURA BEAT: EXPRESSÃO MARGINAL NO SÉCULO XX

Aluno de Iniciação Científica: Camila Maria Longo Pleszczak (PET)
Curso: História
Orientador: Renata Senna Garraffoni
Colaborador: Alexandre Cozer, Amanda Zattera, Natascha de Andrade Eggers
Departamento: História
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: história EUA , geração Beat , literatura
Área de Conhecimento: 70503001 - HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Conforme discussão realizada em pesquisa anterior do PET-História sobre as relações entre história e literatura, no ano de 2011 o grupo teve como tema a marginalidade no século XX. O objeto da pesquisa coletiva foi a Geração Beat norte-americana, com enfoque na crítica ao progresso, à produção das desigualdades sociais e à crise econômica do período entre Guerras até a Guerra Fria. A análise foi realizada com o objetivo de compreender as relações histórico-culturais e literárias associadas a este período, percebendo de que forma o contexto de crise econômica e política gerou uma produção literária crítica ao status quo. Nossa metodologia, num primeiro momento, foi de analisar obras de caráter teórico sobre essas temáticas, como, por exemplo, Contracultura através dos tempos: do mito de prometeu a cultura digital de K.  Goffman e D. Joy, a Era dos Extremos de E. Hobsbawm, Geração Beat de  C. Willer, Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo de W. Benjamin e Vision of the Road de K. Mills. Num segundo momento, analisamos as obras literárias, On the Road e Vagabundos Iluminados da autoria de J. Kerouac e O uivo e outros poemas de A. Ginsberg, buscando o estudo da estética de uma vanguarda literária e sua crítica à sociedade norte-americana nas décadas de 1940 e 1950. Para tanto, discutimos como os personagens foram construídos em tais obras, a representação da estrada, da liberdade e, também, como as obras foram recebidas pela sociedade da época. A análise conjunta dessas obras e bibliografia de apoio possibilitou discutir variados aspectos da cultura norte-americana, tais como as intrincadas relações entre espiritualidade e política, os conflitos de gênero e a busca por uma nova ética nas relações humanas. Os resultados obtidos por meio desse estudo foram importantes para conhecermos uma forma de literatura engajada, pois a necessidade emergente de libertação e transcendência de um grupo insatisfeito com os padrões sociais e morais vigentes do período estudado foram fundamentais para a criação de uma estética literária e artística particular. Esta insatisfação se tornou um marco na sociedade norte-americana da Guerra Fria e a chamada Geração Beat, símbolo de luta por liberdade de expressão e pluralidade de experiências, influenciou outras gerações não só a questionarem a sociedade, mas também possibilitou o surgimento de movimentos contraculturais e expressões artísticas que construíram novos papéis sociais para os jovens na segunda metade do século XX. 

 

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