OS PENSADORES DA IGREJA EM PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIV

Aluno de Iniciação Científica: Leonardo Girardi (PIBIC/CNPq)
Curso: História
Orientador: Fátima Regina Fernandes Frighetto
Departamento: História
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Portugal baixo-medieval , Teoria Politica Medieval , Álvaro Pais
Área de Conhecimento: 70502005 - HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL

Nesta nova etapa de trabalho, recuamos o foco analítico para aproximadamente quarenta anos antes dos eventos tratados anteriormente – a política pendular de D. Fernando I de Portugal (1367-1383) e sua relação com o Cisma do Ocidente (1378-1417) – a fim de explorarmos melhor as causas que desencadearam a série de querelas e comoções que movimentaram o final do século XIV e início do XV, bem como de visualizar de forma geral esta fase transitória, do Medievo e a Modernidade. Assim sendo, nos detemos agora no período conhecido com o Exílio de Avinhão (1309-1377), compreendido pela ausência da Cúria Pontifícia de Roma e sua consequente instalação na cidade de Avinhão (França), seguido por sua sujeição à coroa francesa. Tal acontecimento é importante por marcar a ascensão dos poderes régios em paralelo aos últimos suspiros dos sonhos pontifícios de um primado de caráter político sobre os reinos da Cristandade latina, o qual encontrou durante muito tempo seu sustento em teorias elaboradas por grandes doutos da Igreja. Neste sentido, podemos mencionar o duelo que se desenvolveu no próprio interior da instituição, evocando nomes como o de Marsílio de Pádua – de tantos outros –, que atuaram como vorazes críticos das ideias contidas na teocracia pontifícia e, por outro lado, citando aqueles que se empenharam na construção de defesas e ofensivas a esses críticos, observando-se aqui Egídio Romano, Tiago de Viterbo e, Álvaro Pais. Centramos assim nossos estudos neste último, eminente frei galego e bispo de Silves, nascido por volta de 1270 e que veio a ter importante destaque no cenário ibérico – sobretudo português – por meio de seus posicionamentos políticos e de suas obras, a qual tomamos como fonte primária o Espelho dos Reis (Speculum regum – 1341-1344) onde deixa muito bem clara a sua concepção de supremacia do Sacerdotium sobre o Imperium. Com base nisto, inicialmente buscamos examinar o contexto em que autor e obra estão inseridos, realizando-se o levantamento da bibliografia necessária à realização das pesquisas, para no momento seguinte analisarmos detidamente as premissas contidas na fonte, que fora dedicada a Afonso XI, cognominado "o Justiceiro", rei de Castela e que em boa parte responde à situação de indisposição do bispo com o soberano português D. Afonso IV, o Bravo.        

 

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