AS RELAÇÕES DE PODER ENTRE A NOBREZA E A REALEZA NO REINO HISPANO-VISIGODO DE TOLEDO (SÉCULOS VI/VII)
Aluno de Iniciação Científica: Andréia Rosin Caprino (PIBIC/CNPq)
Curso: História
Orientador: Renan Frighetto
Departamento: História
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Cristianismo tardo-antigo , Constantino I , Eusébio de Cesaréia
Área de Conhecimento: 70502005 - HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL
Inserido em um período de transformações político – institucionais, Flávio Valério Constantino é proclamado imperator pelas legiões de seu pai Constancio Cloro no ano de 306, na província da Britania. Com o intuito de restaurar a ordem romana e afastar a instabilidade política e administrativa que vigorava desde o século III com a Anarquia Militar, objetivo este já iniciado por seu antecessor Diocleciano, Constantino busca ampliar sua base de apoio adotando o cristianismo como uma das diretrizes de seu governo. Dessa forma, concede privilégios vários aos seguidores de tal fé, bem como proporciona aos mesmos liberdade de culto, e também obtém conselheiros cristãos, sem renunciar, contudo, ao paganismo, uma vez que a tradição pagã e o cristianismo, além de coexistirem, dialogam entre si e sofrem influências mútuas. Ainda nesta perspectiva, é importante mencionar que o sistema político-ideológico do Dominato, do qual Constantino faz parte, é fundamentado num monoteísmo pagão, o que contribuiu grandemente para que o cristianismo atuasse como sustentáculo da figura imperial, formulando o caráter sacralizado do imperator associando-o ao Deus cristão. Neste ínterim, eruditos do período elaboram discursos que visam à justificação do poder imperial: Eusébio de Cesaréia é um deles; autor cristão de diversas obras, o consideramos de importância peculiar por ter redigido a primeira Crônica cristã universal e a primeira Historia Eclesiástica (H.E). Esta última, publicada pela primeira vez antes de 303, consiste na história que vai desde Jesus Cristo até a vitória de Constantino sobre Licínio, em 324. Tendo como base o recorte cronológico dos atos de Constantino contidos na H.E., que abarca parte de sua trajetória até tornar-se único Augustus, buscamos no presente trabalho esboçar um panorama contextual de seu governo a fim de, num momento posterior, analisarmos a legitimação imperial defendida por Eusébio através da construção da imagem de Constantino como protegido de Deus e proporcionador da paz imperial, em consonância com a vontade divina. De acordo, portanto, com as renovações características da Antiguidade Tardia, procuramos inicialmente observar a formação e atuação política de Constantino por meio de discussão bibliográfica, almejando, então, examinar ideias construtoras de sua figura presentes nos relatos de Eusébio de Cesaréia.