Aluno de Iniciação Científica: Priscila do Rocio Oliveira de Souza (IC-Voluntária)
Curso: Ciências Sociais
Orientador: Marcos Silva da Silveira
Departamento: Antropologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: relações raciais , identidade , estética
Área de Conhecimento: 70305005 - ANTROPOLOGIA DAS POPULAÇÕES AFRO-BRASILEIRAS
A abordagem deste trabalho foi realizada na cidade de Campo Largo onde desde 2008 tem ocorrido o concurso de beleza negra organizado pela C.A.B – Comunidade Afro-Brasileira, que é presidida pelo organizador do concurso, Alexandre Cezar. Podemos pensar como alguns agentes sociais buscam métodos para a inserção social e visibilidade da população negra. No contexto observado reconhecer-se etnicamente dentro da estrutura social diz respeito ao simbolismo que os mesmos têm de si próprios, a partir do momento que um indivíduo se reconhece como pertencente a uma determinada categoria étnica, este busca formas de se integrar dentro dos espaços que por vezes não tem acesso. Desse modo, os sistemas simbólicos cumprem uma função política por onde transitam. Este poder surge como um poder capaz de impor significações, e as impõe como legítimas para quem defende o discurso na ocasião. Entender como atua o pertencimento racial após o concurso é importante também devido o fato de que, os vencedores dos concursos anteriores passaram a serem colaboradores, atuando inclusive na organização do evento nos anos seguintes, ajudando a divulgar o evento nas escolas e fazendo o ensaio do concurso. Podemos entender que a colaboração destes indivíduos se dá a partir do processo do concurso que ambos passam onde se tem uma construção ou afirmação de uma identidade étnica. A ideia de ouvir os líderes do movimento e os demais participantes que organizam o evento local teve como tentativa estabelecer um vínculo com as ideias que os indivíduos têm a respeito de si mesmos enquanto pertencentes a um grupo étnico racial, buscando encontrar possíveis pontos de diferenciação. Tem-se em vista que as experiências vivenciadas pelos indivíduos em suas trajetórias tendem a moldar estes discursos de identidade, pois os mesmos são construídos tanto no campo simbólico quanto no prático.