CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES OU ISLAMOFOBIA? IDENTIDADE EUROPEIA E MUÇULMANIDADE
Aluno de Iniciação Científica: Angelo Marcelo Vasco (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Sociais
Orientador: Lorenzo Gustavo Macagno
Departamento: Antropologia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: islamismo , identidade , etnicidade
Área de Conhecimento: 70301000 - TEORIA ANTROPOLÓGICA
A crescente presença muçulmana tem, nas últimas décadas, mudado a paisagem de vários países europeus. Majoritariamente branca e cristã, a Europa tem recebido um contigente cada vez maior de populações árabes e muçulmanas em seu território. Sem ignorar o fato de que fluxos migratórios não são uma realidade apenas de nossos tempos, bem como o fato de que os muçulmanos fazem-se perceber em território europeu pelo menos desde os tempos da ocupação moura da Penísula Ibérica, o presente trabalho procura lançar alguns apontamentos acerca da presença muçulmana na Europa contemporânea e pós-colonial, suas consequências no delineamento das identidades europeia e muçulmana e os contornos políticos desse processo.Nosso trabalho terá dois enfoques. Em primeiro lugar, faremos uma revisão bibliográfica de autores que colocam em dúvida a existência de um choque de civilizações, nos termos prenunciados por Samuel Huntington, e apontam para a existência do que chamam Islamofobia para explicar a atual realidade dos muçulmanos em Europa. Em segundo lugar, tentaremos mostrar como a questão da presença muçulmana tem sido apresentada por três grandes jornais de Portugal, Espanha e França: O Público, El Pais e LeMonde, respectivamente, e o debate público que essa cobertura tem ensejado.A partir desse recorte, procuraremos adentrar nas discussões acerca de etnicidade e cultura e de como se estabelecem fronteiras culturais e critérios de identificação e pertença. Acreditamos que a presença muçulmana na Europa pós-colonial ofereça um excelente campo de pesquisas para antropólogos que pretendam se debruçar sobre questões relativas à etnicidade, pertencimento cultural, identidade, sinais diacríticos e vários outros conceitos que, cada vez mais, têm se tornado centrais para a teoria antropológica.