O PROBLEMA DA GUERRA JUSTA SEGUNDO SÃO TOMÁS DE AQUINO
Aluno de Iniciação Científica: DANIELA BONFIM PINTO (PET)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena)
Orientador: LUCIO SOUZA LOBO
Departamento: Filosofia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: guerra justa , bellatores , São Tomás de Aquino
Área de Conhecimento: 70101000 - HISTÓRIA DA FILOSOFIA
A presente análise tem como objetivo compreender quais pontos estão envolvidos na consideração do problema da guerra justa, tendo como ponto de partida a quaestio 40 da Secunda Secundae da Summa Theologiae. É importante, para o objetivo aqui proposto, considerar o período histórico no qual Tomás de Aquino está inserido, a saber, século XIII. A justificativa disso é que tal período, embora considerado como a plenitude do Medievo, não se trata de um período de concórdia entre os poderes temporal e espiritual. Se as transformações históricas do período do qual Aquino faz parte são, por um lado, efeitos da melhoria da qualidade de vida, a qual contribui para o crescimento demográfico que, por sua vez, implica no crescimento e desenvolvimento urbano, por outro, denunciam as dissensões econômicas, sociais, culturais e espirituais da sociedade medieval. Tais dissensões, ao impulsionarem novos conflitos políticos e éticos, são fatores a serem considerados no que diz respeito às estruturas políticas, bem como as eclesiásticas. Esses conflitos são, pois, contemplados pelo debate ético-político tomista. Além disso, é manifesto que as transformações das estruturas políticas medievais muitas vezes se chocam com os valores da sociedade em questão, tais como, por exemplo, os conceitos de ordem, bem comum e paz. Diante disso, faz-se necessário, portanto, entender qual é a relação entre tais valores e o conflito bélico. As condições que devem ser satisfeitas no caso desse último conflito, tendo em vista a execução de uma guerra justa – autoridade do príncipe, causa justa e intenção reta – são conceitos primordiais para esta análise. Destaca-se a importância da intenção do agente em campo de batalha, pois, além da estratégia militar, faz-se mister entender quais são as exigências morais requeridas dos bellatores e, principalmente, do modelo de guerreiro por excelência: o rei. O que leva a considerar, de modo imprescindível, duas virtudes que fundamentam tais exigências, ou seja, a caridade e a prudência.