A MORAL SENSASUALISTA DE HELVÉTIUS

Aluno de Iniciação Científica: Camila Sant'Ana Vieira Ferraz (Pesquisa voluntária)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena)
Orientador: Rodrigo Brandão
Departamento: Filosofia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Helvétius , sensualismo , moral
Área de Conhecimento: 70101000 - HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Neste trabalho, analisarei a ligação entre dois temas que podem parecer não conectáveis. No livro Do Espírito, Helvétius torna possível a ligação entre suas concepções metafísicas sensualistas a uma moralidade e até a um sistema político. O que se pretende frisar inicialmente é a forma como as concepções do âmbito metafísico são decisivas para a moralidade, que por sua vez ganha um novo caráter diferenciado das correntes tradicionais. Observaremos por meio do conceito de virtude, uma modulação que possibilita - ou ao menos ilustra - as conexões entre o princípio de ação do homem e de sua conduta moral. Começarei com a apresentação do livro por sua relevância no momento em que foi publicado, e quais foram os efeitos dessa publicação. Rapidamente, colocarei pontos sobre a relação de nosso filósofo com os enciclopedistas e com o materialismo, para situar o autor em relação a nomes como D'Holbach, Diderot e Voltaire. Depois, partindo para o conteúdo do livro, irei expor quais foram suas considerações na área que aqui chamo de metafísica – numa acepção específica em relação à busca de princípios –, e a redução operada pelo autor das pretensas faculdades à sensibilidade física. Passarei então, do campo metafísico ao moral, descrevendo o trajeto percorrido por nosso autor, analisando as consequências do primeiro campo na moralidade. A partir disso, mostrarei a ligação entre o sensualismo e o conceito de virtude de Helvétius. Com esta ligação acentuarei como a normatização de conduta de maneira fixa perde seu valor, na medida em que o estabelecimento de determinadas ações como viciosas ou virtuosas torna-se moldável. Veremos então qual o papel do conceito de virtude na construção do Estado proposto por Helvétius, e de que forma ele se torna aplicável, tanto ao âmbito privado, quanto ao âmbito público.

 

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