UMA NOVA CIÊNCIA NO REINO DE EROS – A DIMENSÃO ESTÉTICA EM HERBERT MARCUSE

Aluno de Iniciação Científica: Suzan Cristina dos Anjos (PET)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena)
Orientador: Luiz Sérgio Repa
Departamento: Filosofia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: teoria crítica , dimensão estética , arte
Área de Conhecimento: 70100004 - FILOSOFIA

As discussões sobre o estatuto da arte no contexto social e cultural da sociedade de capitalismo avançado, sempre despertaram muito interesse entre os intelectuais do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt. Estética e política, duas dimensões que, à primeira vista, pareceriam tão distintas, para os teóricos críticos sempre estiveram correlacionadas. Em "Eros e Civilização", uma das principais obras de Herbert Marcuse, o filósofo irá afirmar que: "A arte desafia o princípio de razão predominante; ao representar a ordem da sensualidade, invoca uma lógica tabu – a lógica da gratificação, contra a da repressão". Vinculado a um projeto de Teoria Crítica que se manteve comprometido com as perspectivas de emancipação política e social dos homens, com base na teoria freudiana, Marcuse vai vislumbrar no "eterno retorno" do reprimido as possibilidades de ruptura com o sistema cujo progresso depende da repressão dos instintos vitais. A arte aparecerá, aqui, como o marco de uma nova dimensão, a "dimensão estética". Ruptura de uma cultura repressiva, que caracteriza a moderna sociedade industrial, com uma cultura outra, marcada pelo não-repressão e livre desenvolvimento das potencialidades humanas. Arte é o espaço privilegiado da libertação e da resistência a toda ordem, é o espaço da "transvalorização dos valores". A subjetividade criadora e a imaginação artística seriam pensadas como – de acordo com o próprio Freud – uma das forças mentais que se conservam essencialmente livres do princípio de realidade, e que, portanto, transmitem essa liberdade ao mundo de consciência madura. Nosso objetivo, aqui, será reconstruir a filosofia marcuseana, numa tentativa de entender como o filósofo constrói a sua utopia de uma civilização não-repressiva e emancipada, a partir da constituição de um "estado estético", no qual ciência transfigura-se em ciência da sensualidade.

 

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