Aluno de Iniciação Científica: Gustavo Jugend (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena)
Orientador: Marco Antonio Valentim
Departamento: Filosofia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Subjetivação , Linguagem , Agamben
Área de Conhecimento: 70100004 - FILOSOFIA
Na busca de encontrar um fundamento para os processos de subjetivação e dessubjetivação do ser, o italiano Giorgio Agamben abre o livro Profanações com o ensaio Genius. O filósofo busca na mitologia romana a figura alegórica de Genius; um anjo genial que delimita nossa vida. Nos acompanha desde o nascimento até a morte, momento no qual se estende frente a nós, revelando sua face e nos abandonando. A imagem cujos contornos o filósofo está a delinear se dá de maneira a ocupar posição estratégica e fundamental na estrutura de seu pensamento: através da alegoria proposta iluminar os movimentos de subjetivação e dessubjetivação extremamente explorados pelo autor.Para Agamben abandonar-se a Genius significa fazer experiência da pré-individualidade: entrar em contato com emoções fundamentais, romper com a identidade fixada na figura do sujeito. Mas, assim como "alguns são suficientemente inconscientes a ponto de se deixarem abalar e atravessar por ele até cair aos pedaços" (e estes seriam, entre outros, os artistas), Agamben avisa: "O encontro com Genius é terrível". A possibilidade de nos fazermos pré-individuais, e, portanto, de não estar em perfeito domínio de si nos leva a buscar justamente a subjetivação. De maneira que, segundo Agamben, o sujeito é um campo de tensões que pode ser polarizado em forças opostas. De um lado Genius, do outro o Eu. Os movimentos que acontecem nesse campo são o que podemos chamar de subjetivação e dessubjetivação.A pesquisa cujo resumo pretende encaminhar apresentação objetiva, fundamentalmente, explicitar melhor as seguintes questões: Qual é o funcionamento de uma alegoria na filosofia de Giorgio Agamben? Qual o sentido proposto pelo italiano através da construção da imagem de Genius? Que papel a possibilidade de fazer experiência do pré-individual exposta em Profanações ocupa no panorama da filosofia de Agamben? Como desenvolvem-se e relacionam-se os movimentos de subjetivação e dessubjetivação?