A DESTINAÇÃO SUPRASSENSÍVEL REVELADA PELO SUBLIME IMPLICA NUMA SUPERIORIDADE DO HOMEM EM RELAÇÃO AO CONHECIMENTO SENSÍVEL?
Aluno de Iniciação Científica: Adalto Teixeira Matos (PIBIC/CNPq)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena)
Orientador: Vinícius Berlendis de Figueiredo
Departamento: Filosofia
Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: sublime , capacidade de imaginação , inacessiblidade da natureza
Área de Conhecimento: 70100004 - FILOSOFIA
O sublime pode ser encontrado nos fenômenos da natureza que ensejam a ideia de infinito. É na avaliação desses fenômenos que a faculdade de imaginação produz esse esforço de progressão e exatamente nesse quesito que se dá a inadequação. O sentimento de inadequação dirige o ânimo ao fundamento suprassensível que não pode ser encontrado na natureza e nem na faculdade de imaginação, mas somente nele mesmo. Assim, justifica-se a afirmação kantiana de que o sublime, ao contrário do belo, não pode ser encontrado nos objetos da natureza, mas somente na disposição de ânimo do sujeito. Tudo isso denotaria a vocação suprassensível do sujeito e também, uma inacessibilidade do sujeito em relação à natureza, pois se o sublime existe, deve existir algo na natureza que não pode ser apreendido pelo sujeito a ponto de ele precisar recorrer, talvez fazendo uso de um subterfúgio, às ideias da razão. Decorre daí a seguinte questão: o sublime existe para provar a vocação suprassensível do sujeito ou pelo fato da natureza não se deixar revelar totalmente, não poder ser apreendida totalmente? Se na natureza pode haver um objeto que enseje uma infinitude, não seria possível dizer que o sublime possibilitaria a experiência de uma inacessibilidade da natureza? Acreditamos que a capacidade de imaginação exerce um papel fundamental na formação do sentimento do sublime e, por conseguinte, na descoberta de nossa destinação suprassensível. Essa pesquisa será dedicada a explicar o funcionamento da capacidade de imaginação e sua relação com a formação do sentimento do sublime. A capacidade de imaginação se torna inadequada perante um objeto da natureza que enseje a ideia de sublime. Nesse caso, procuraremos investigar essa inadequação da capacidade de imaginação diante de duas interpretações que o texto da KU pode sugerir: (i) a superioridade do sujeito perante a natureza por descobrir sua destinação suprassensível e (ii) a inacessibilidade da própria natureza ao sujeito, por isso o recurso às ideias da razão.